sexta-feira, 23 de agosto de 2019





Para a Barbara Miguel e Rita, recordações sobre a sua estadia em Oura  -  1









António Firmo de Azeredo Antas
Nasceu em Oura, a 28 de Março de 1868, filho de João Miguel de Azeredo Pinto de Vasconcelos e de Filomena Laura Azeredo Antas. Formou-se em medicina na Universidade de Coimbra. Em 1895, em Vila Real, com José de Carvalho Araújo Júnior e Adelino Samardã constituiu a Comissão Executiva do Partido Republicano, de que era presidente em 1897. Implementada a República, em 1911, organizou com Adelino Samardã, António Granjo, Antão de Carvalho e Carlos Richter a 1ª Comissão Republicana Distrital. Pouco satisfeito com os caminhos políticos do Partido Democrático, aderiu à União Republicana, partido que representou no Parlamento por Vila Real em 1915. Em 1921, volta ao Parlamento por Vila Nova de Gaia e pelo Partido Republicano Liberal, em que militava desde 1919. 
Em 1915, no Parlamento, esteve na linha da frente do combate pelo Douro, contestando as posições do Ministro de Negócios de Estrangeiros, a propósito do nefasto tratado comercial com a Inglaterra, tão negativo para os interesses dos produtores durienses. Foi governador civil de 13 de Dezembro de 1917 a 16 de Março de 1918. Em 1919, nos inícios de Janeiro, esteve ao lado do Gen. Ribeiro de Carvalho, quando a Junta Militar do Norte pretendeu submeter Vila Real ao poder monárquico. Durante toda a I República foi, profissional, política e socialmente, uma figura influente no meio transmontano-duriense.
A política não era o modo de vida principal nem único António Firmo de Azeredo Antas, mas acima de tudo era médico. Em 1901, passou a ser director clínico das termas de Vidago. Durante a epidemia de 1918 não se limitou a cumprir os seus deveres profissionais, mas praticou actos de verdadeira filantropia e benemerência, distribuindo gratuitamente leite aos doentes e fornecendo também a preços inferiores aos correntes os géneros que sobraram do consumo do Hotel Salus. A Câmara Municipal de Chaves manifestou-lhe o seu reconhecimento e exarou em acta de 30 de Outubro de 1918 um voto de louvor por tais serviços.
Em 1906 a antiga Empresa das Águas de Vidago publica uma pequena brochura intitulada "Relatório Clínico", cujo seu conteúdo é da responsabilidade deste médico. Nela, entroncamos tudo o que é necessário saber sobre as propriedades e terapia das águas, assim como os aspectos mais particulares que distinguiam as cinco fontes, Vidago, Vidago nº 2, Vila Verde, Oura e Sabroso, todas elas exploradas pela empresa. 
Faleceu em Oura, a 10 de Outubro de 1949.


Intervenções parlamentares de Azeredo Antas






Continua








1 comentário:

Anónimo disse...

Muito obrigada um beijo grande cheio de afecto Bárbara S. Miguel