quarta-feira, 30 de setembro de 2009





A Hemeroteca Municipal de Lisboa digitalizou os volumes da Ilustração Portuguesa até ao ano 1914. Desejamos felicitar este notável serviço público, enviando saudações e a nossa gratidão.







terça-feira, 29 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009



Para o distinto Jornalista Fernando Alves


Há muito tempo que ouvimos de manhã a voz agradável do Fernando Alves no seu programa Sinais, na TSF; e sempre com agrado e proveito! Mas hoje tivemos o gosto de o conhecer pessoalmente.
Como está a preparar os programas radiofónicos para as comemorações da implantação da República, que a TSF irá fazer no próximo ano, combinamos ter uma conversa sobre o meu blogue - BERNARDINO MACHADO.
Como em dada altura me falou no "Poeta cavador", Manuel Alves, mostrei-lhe o livro de versos compilados e editados por Tomás da Fonseca e com dedicatória a Bernardino Machado, que fui buscar a uma das minhas estantes.





Monumento a Manuel Alves (1845-1901)
Manuel Alves nasceu e morreu em Vale do Boi, freguesia da Moita (Anadia). Repentista e analfabeto, ficou conhecido por “Poeta Cavador”, cognome que lhe foi atribuído por Tomás da Fonseca, também responsável pela compilação dos seus versos – “Versos dum Cavador”.
No lugar da Moita, na década de 50 do séc. XX, foi erigido um Busto de Manuel Alves, em bronze.




domingo, 27 de setembro de 2009







ENCONTRO COM BERNARDINO MACHADO


O meu querido Amigo Fernando Vieira de Sá, relata no seu livro - "Cartas na mesa - Recordando Bento de Jesus Caraça e a Biblioteca Cosmos", o encontro e a inesquecível conversa com o Presidente Bernardino Machado, recém-regressado do exílio.

Caricatura da autoria de Valença, aludindo à fábrica de manteiga de Mantelães, propriedade do Conselheiro Miguel Dantas, sogro de Bernardino Machado



O Palacete de Miguel Dantas em Mantelães - Paredes de Coura; em frente, na outra margem do rio Coura, ficava a fábrica de lacticínios



Gravura (1879) mostrando a antiga Fábrica de Lactícinios de Coura, um importante empreendimento do Conselheiro Miguel Dantas, em Mantelães - Paredes de Coura






sábado, 26 de setembro de 2009




OS MEUS MESTRES
Bernardino Machado – Alberto de Sá Marques – Ernesto Roma

Foram os exemplos e ensinamentos de meu Pai, de meu Avô e do Doutor Roma, que sempre orientaram a minha vida cívica e profissional.

Meu Pai foi aluno de Bernardino Machado na Universidade de Coimbra, e após a sua licenciatura em Matemática e Filosofia Natural, veio para Lisboa em 1906, para exercer o magistério, primeiro no Liceu Central de Lisboa (Liceu de S. Domingos), e depois no Liceu Camões, logo que o edifício escolar foi inaugurado por D. Manuel II. Com as reformas na Instrução Pública da República o seu ensino liceal da Física passou a ser experimental.

Com o Doutor Roma, o fundador da Diabetologia Social, criador da Associação Protectora dos Diabéticos Pobres em 1926, trabalhei desde 1957 até ao seu falecimento em 1978. O Doutor Roma, republicano desde a juventude académica, referia como um facto importante da sua vida, a ida para a Flandres, durante a Primeira Grande Guerra, incorporado no primeiro contingente que embarcou em Janeiro de 1917. Tinha um enorme orgulho na medalha comemorativa da Vitória que lhe foi atribuída.




Embarque para a Flandres do primeiro contingente da CEP, em Janeiro de 1917
(Ilustração Portuguesa)
O Doutor Roma está assinalado com a agulha

Curso de Antropologia de 1904/1905
Meu Pai é o primeiro, à direita, na primeira fila

Meu Pai numa das aulas de Física Experimental no Liceu Camões






terça-feira, 22 de setembro de 2009





O livro que vai ser lançado no próximo dia 5 de Outubro no MUSEU BERNARDINO MACHADO



A Dra. Paula Lamego acaba de me enviar a imagem da capa do livro "Bernardino Machado - Obras - II Pedagogia - Tomo 1"

A minha gratidão






"Uma revisitação do ideário educacional de Bernardino Machado"

No próximo dia 5 de Outubro vai ser conhecido o segundo volume das Obras completas de Bernardino Machado: Obras II Pedagogia - Tomo 1
A iniciativa de reeditar os escritos de Bernardino Machado foi uma decisão feliz do Coordenador Científico do Museu Bernardino Machado, o Professor Doutor Norberto Cunha, que teve todo o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
O primeiro volume, já editado, é dedicado à obra científica: Obras I Ciência.
Queremos dar relevo ao evento do próximo dia 5 de Outubro, com a transcrição do texto da conferência proferida pelo Professor Doutor Rogério Fernandes, na Fundação Mário Mário Soares, no dia 3 de Outubro de 2006, quando estiveram expostas as caricaturas de Bernardino Machado, recolhidas pelo Museu de Famalicão.
Desejamos, desta forma, prestar homenagem ao pedagogo, que tanto estimamos, o nosso querido Rogério Fernandes, estudioso da actuação de Bernardino Machado em prol do ensino.






O Professor Doutor Rogério Fernandes no dia da sua conferência - "Uma revisitação do ideário educacional de Bernardino Machado"





segunda-feira, 21 de setembro de 2009



MUSEU BERNARDINO MACHADO


No dia 5 de Outubro de 2009 será lançado o segundo volume das

Obras de Bernardino Machado - Pedagogia


sábado, 19 de setembro de 2009



Bernardino Machado - "A eleição perdida"


O resultado do escrutínio para a eleição do primeiro Presidente da República, realizada em 24 de Agosto de 1911, foi o seguinte:

Manuel de Arriaga -121 votos
Bernardino Machado - 86 votos
Duarte Leite - 4 votos
Magalhães Lima - 1 voto
Alves da Veiga - 1 voto
Brancas - 4 votos

A distribuição de votos já reflecte as diversas tendências entre os republicanos, uns mais conservadores (que iriam formar o chamado “bloco”- conjunto dos Evolucionistas de António José de Almeida, com os Unionistas de Brito Camacho), outros que iriam juntar-se no Partido Democrático de Afonso Costa.

Sobre esta eleição, encontrei na correspondência de meu Pai, uma carta do colega no Colégio da Lapa, o Padre Vasco d’Almeida Moreira, em que o felicitava pelo seu casamento (22 de Janeiro de 1912), e afirmava: “Sabe que pelas conclusões a que tenho chegado da leitura dos jornais, julgo que foi um erro político não ter sido eleito teu sogro para a Presidência da República. Muito ele teria feito em bem do País, com o seu fino tacto, neste turbilhão em que os homens tanto se esfacelam”.






Colégio dos Jesuítas da Lapa e a sua cerca









P.e Vasco de Almeida Moreira


Abade de S. João de Tarouca - Investigador Arqueólogo 1879 - 1932


O padre Vasco Moreira nasceu em Sernancelhe a 30 de Dezembro de 1879. Destinando-se à vida eclesiástica, estudou preparatórios no colégio de N. Senhora da Lapa desde 1893 até 1898, e como era talentoso de natureza e aplicado, alcançou nos exames que fez no liceu de Lamego algumas distinções. Em 1898 matriculou-se no curso teológico do Seminário de Lamego, que concluiu com a classificação de nemine discrepante e, em 30 de Setembro de 1901, ordenou-se de presbítero. Paroquiou a freguesia de Paçô, concelho de Moimenta da Beira, desde 4 de Outubro daquele ano até 1 de Janeiro de 1904; em Agosto do mesmo ano colou-o o bispo de Lamego como abade de S. João de Tarouca, onde se manteve até falecer. Também fora apresentado nas freguesias de Sarzedo e Caria, do concelho de Moimenta, mas renunciou aos dois despachos. Soube sempre, desde cedo, conciliar com os deveres eclesiásticos, inata e apreciável inclinação para as letras. Em 1903 inseriu na Aurora, da Pesqueira, entre outros artigos, uma Necrologia de Leão XIII, no mesmo mês da morte do papa. Por um lado o contacto quotidiano com a sua igreja paroquial, que é,por tudo o que interiormente a enriquece, verdadeiro "museu" de arte, e, por outro, a vista das ruínas do mosteiro, que jaziam junto dela, e tão suave e místico romanticismo despertam em almas contemplativas que fizeram nascer ou pelo menos avivar no ânimo deste Abade de S. João gosto especial de assuntos histórico-religiosos. Escreveu artigos em vários periódicos regionais e em jornais de Lisboa. Escreveu a "Monografia do Concelho de Tarouca", Viseu 1924 e "Terras da Beira" (Sernancelhe e seu alfoz), Porto 1929. Em 1911 foi nomeado director e organizador do Museu regional do concelho de Lamego, cargo a que renunciou em 1915, sem ter tomado posse. Colaborou estreitamente com o insigne sábio Dr. José Leite de Vasconcelos que, a seu pedido, se encarregou das escavações arqueológicas no castro de Mondim-Paçô, cujo espólio faz parte do Museu Etnológico Dr. Leite de Vasconcelos em Belém, Lisboa. Em 1929 foi-lhe entregue a regência da cadeira de Arqueologia do Seminário diocesano de Lamego, onde ensinou Arqueologia geral, sobretudo sacra, e história da Arte. No mesmo ano foi eleito sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Outro predicado do P.e Vasco Moreira era a eloquência. Quando falava, no púlpito ou fora dele, a sua palavra quente e agradável apossava-se sempre da inteligência e do coração do auditório. Curou com profunda convicção cristã a paz moral do povo que o destino confiou à sua guarda e com a melhor vontade, estava sempre pronto, a prestar serviço ao próximo.Quase subitamente, apenas após três dias de sofrimento, o Padre Vasco faleceu em S. João de Tarouca em 30 de Setembro de 1932 na sequência de uma úlcera do estômago agravada por nunca ter horas certas de refeições. A sua perda foi muito sentida na região. Conta uma carta de um seu familiar: "Em S. João de Tarouca não se trabalhou, nem sexta (dia do falecimento), nem sábado (dia do funeral). Saiu o funeral às 11 horas, não para Sernancelhe (sua terra natal), mas para o cemitério de S. João, visto o povo se impor e dizer:"Queremos cá o Sr. Abade! Foi tão nosso amigo, e por isso queremo-lo cá!" Em vista da imposição, teve de ficar em S. João. Acompanharam-no uns dezassete padres, a freguesia em peso e arredores. Atroavam S. João, com os seus gritos, homens mulheres e crianças: tudo chorava, como se S. João estivesse a ser destruído. Na igreja fez-se tudo o que se pode fazer em funeral. Estava à cunha e os gritos eram constantes. Assistiu ao funeral muita gente de Mondim, Tarouca e Sernancelhe. O povo só gritava: O Sr. Abade quis-nos deixar. O que vai ser de nós! nunca mais teremos ninguém tão nosso amigo. Adeus, Sr. Abade! Mas isto por entre lágrimas e gritos, que faziam comover o coração mais empedernido".
(Fonte literária: "Memórias de Mondim da Beira" de Leite de Vasconcelos)

Tirado do "site" - Tarouca - O vale encantado que procura