sábado, 17 de agosto de 2019

 



Da Hemeroteca de Lisboa








Illustração Portugueza, n.º 697
 30 de Junho de 1919, p. 515
A SUSPENSÃO DOS JORNAIS DIÁRIOS DE LISBOA EM JUNHO DE 1919

Entre 19 de Junho e 3 de Julho de 1919, os principais jornais diários com sede em Lisboa foram suspensos por iniciativa concertada entre as respectivas empresas, que nesse período co-editaram o diário A IMPRENSA, que hoje fica acessível na Hemeroteca Digital, aqui.

O ano 1919 foi um ano marcado por muita agitação política e social, quer no plano nacional, quer internacional, em resultado do fim da I Grande Guerra e das negociações de paz subsequentes, da luta política desencadeada pelo confronto entre as diversas perspectivas de reconstrução, mas também do impacto da revolução russa nas massas trabalhadoras.

O lock-out aconteceu cinco meses depois do início da publicação do diário A Batalha, órgão da União Operária Nacional (U.O.N.), a 23 de Fevereiro de 1919. O jornal alcançou imediatamente uma grande receptividade entre o operariado (urbano e agrícola) e, por isso mesmo, vinha cumprindo com grande eficácia a sua missão de informar, mas também de doutrinar, organizar e mobilizar as classes profissionais. Daí que tenha sido percepcionado como uma ameaça pelo patronato e pelo poder político e governativo, e por isso mesmo, alvo de medidas repressivas.

Na origem directa do lock-out encontramos precisamente uma acção de protesto da classe gráfica contra o encerramento pelas autoridades da U.O.N. e d’A Batalha, no dia 18 de Junho; protesto que se expressou na recusa em trabalhar enquanto o governo não desbloqueasse a situação.









Sem comentários: