Recordar Alfredo Guisado - 5
A artéria de Alfredo Guisado
Alfredo Guisado que abandonou a revista Orpheu após a saída do nº2, desde 1977 que dá o seu nome ao que era o arruamento de ligação entre a Estrada de Benfica e a Rua Mariano Pina, na freguesia de São Domingos de Benfica, através da publicação do Edital de 10 de outubro.
A sugestão de topónimo partiu do Centro Escolar Republicano Almirante Reis que o queria a substituir o Largo da Graça, o que a edilidade recusou por alterar toponímia tradicional lisboeta, e criou-o no local onde ainda hoje vigora. A Câmara alfacinha voltou a homenagear este poeta em 22/01/2000, ao descerrar uma placa evocativa no nº 108 da Praça D. Pedro IV, onde se pode ler: « No 4º andar deste prédio, nasceu em 30 de Outubro de 1891, o poeta de Orpheu Alfredo Pedro Guisado».
Alfredo Pedro Guisado (Lisboa/30.10.1891 – 02.12.1975/Lisboa), era de ascendência galega e o seu pai era proprietário do Hotel e do Restaurante Irmãos Unidos, no nº 108 da Praça de Dom Pedro (só a partir de 26/03/1971 se passou a designar Praça D. Pedro IV), ponto de encontro do grupo Orpheu e, estabelecimento comercial afamado em Lisboa que encerrou em 1970.
Ficou como poeta ligado à revista Orpheu, onde publicou 13 sonetos, coligidos depois em 1918 no título Ânfora, sob o pseudónimo de Pedro de Menezes. Ainda sob o mesmo pseudónimo já publicara os versos galegos Xente de Aldea (1912) e depois, Elogio da Paisagem (1915), As Treze Baladas das Mãos Frias (1916), Mais Alto (1917) e A Lenda do Rei Boneco (1920).
Como Alfredo Guisado estreou-se na literatura em 1913, com o livro de poemas Rimas da Noite e da Tristeza, seguido de Distância (1914). O seu último livro intitulou-se A Pastora e o Lobo (1974) e pelo meio são ainda de destacar As Cinco Chagas de Cristo (1927) e Tempo de Orfeu 1915-1918 (1969). Usou o pseudónimo sendo modernista e, com o seu nome próprio foi também simbolista, decadentista e saudosista.
Licenciado em Direito desde o ano de 1921, Alfredo Guisado envolveu-se na política enquanto militante do Partido Republicano Português, tendo sido deputado, Presidente do Conselho Geral das Juntas de Freguesia de Lisboa, governador civil substituto de Lisboa (1922-1923) e vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1925).
Colaborou ainda em várias revistas e jornais, como a Alma Nova, a Atlântida, a Sudoeste e, o Diário de Lisboa e o República, onde foi até subdiretor e, como João Lobeira assinava a coluna «Papel Químico» e sátiras em verso ao Estado Novo.
Também se ligou ao movimento associativo tendo integrado a Associação dos Arqueólogos Portugueses e presidido à Sociedade Voz do Operário, para além de ter sido Presidente da Associação de Agricultores de Pias.
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