segunda-feira, 15 de agosto de 2016

   
  
   

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas comemorou um século de existência em 2006. A sua génese remonta ao terceiro quartel do século XIX quando, em 1878, na recém-criada Sociedade de Geografia de Lisboa, foi aprovado um designado Projecto de uma Escola de Disciplinas relativas à Terra e à Gente e às Línguas do Ultramar Português – Curso Colonial Português. Através do ensino e da investigação científica, o objectivo era o de responder à ameaça do avanço das potências europeias em África, materializado na Conferência de Berlim de 1884-85, criando um corpo especializado de administração pública de nível superior que ocupasse os territórios colonizados por Portugal.

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Sociedade de Geografia de Lisboa
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Sociedade de Geografia de Lisboa - 2006

A Escola Colonial seria porém criada uma geração depois, em 1906, ainda com o mesmo objectivo, sob a tutela do Ministério da Marinha e Ultramar, a quem cabia precisamente a responsabilidade de administrar os territórios ultramarinos. Ficaria instalada na Sociedade de Geografia de Lisboa e à primeira aula, em Outubro desse ano, assistiu o Rei D. Carlos que lhe cunhou na altura o mote, talent de bien faire, tomado ao Infante D. Henrique que assim se tornou no patrono da instituição.
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A República reforçou a sua missão e acrescentou-lhe estatuto transformando-a em Escola Superior Colonial, com as reformas dos Ministros João Soares e João Belo, numa época em que a Sociedade das Nações definia a colonização como um imperativo das nações então consideradas "civilizadas". De modo inovador para a época, aí eram leccionadas disciplinas de Geografia, Etnologia e Etnografia, Administração Pública, Economia, História, Direito Internacional Público e Privado, além de línguas como o Quimbundo de Angola, o Ronga de Moçambique e o Inglês, e outras matérias práticas como Topografia e Cartografia, Higiene, Zootecnia e Construção Civil. Tudo especialmente a favorecer a ocupação científica das colónias africanas e a formação - de excelência, diríamos hoje – da administração pública.
Continua...

 




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