terça-feira, 16 de agosto de 2016



A ÁRVORE



A Rita veio estar connosco estes dias em Cascais. Tirou esta fotografia em que estou sentado num Zambujeiro, perto do Jardim Visconde da Luz. Falámos de árvores de Cascais, e recordámos uma estada em Famalicão onde plantámos um carvalho.













A Rita plantando um carvalho em Famalicão
 28 de Fevereiro de 2011



Retirei do blogue  - 

o Poema da Árvore de António Gedeão

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.

Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.

António Gedeão






Recordo à Rita a "Festa da Arvore" e reproduzo um texto sobre "O Culto da Árvore na 1ª República" : -


ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA
6 de Março de 1916


Bernardino Machado, Presidente da República,
 na Festa da Árvore
1916

A Festa da Árvore no Liceu Pedro Nunes
1916




































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