Para o António Valdemar, com mais um abraço apertado!
Recordar Jaime Cortesão
Médico, escritor e historiador, Jaime Cortesão foi um
cidadão exemplar, nunca se refugiando na torre de marfim da sua condição de
intelectual. Fundador de várias revistas, entre as quais A
Águia, a Renascença Portuguesa e a Seara
Nova, em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional. Voluntário
do Corpo Expedicionário Português na Guerra 14-18, em Fevereiro de 1927,
participou na revolta contra a ditadura, o chamado Reviralho, presidindo
à Junta Revolucionária instalada no Porto. Derrotada a revolta, foi demitido do
cargo de director da Biblioteca Nacional, exilando-se em França, onde
viveu até á invasão alemã de 1940. Foi para o Rio de Janeiro, onde, no ensino
universitário se especializou na história dos Descobrimentos Portugueses e da
formação territorial do Brasil. Regressou a Portugal em 1957, envolvendo-se no
ano seguinte na campanha de Humberto Delgado, esteve preso, vindo (ainda em
1958) a ser eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores. Como
historiador, a sua tese da «política de sigilo» como pedra angular
da teoria geral dos Descobrimentos, foi muito contestada e deu lugar a
polémicas com outros historiadores, como foi o caso de Luís de Albuquerque.
Como político que viveu as vicissitudes que, da queda da monarquia à queda do
regime ditatorial atravessaram mais de seis décadas do século XX, Jaime
Cortesão, não teorizou – interveio e mereceu o respeito dos seus concidadãos.
(CL/MS)
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