quarta-feira, 12 de agosto de 2015





Para o António Valdemar, com mais um abraço apertado!


Recordar Jaime Cortesão




Médico, escritor e historiador, Jaime Cortesão foi um cidadão exemplar, nunca se refugiando na torre de marfim da sua condição de intelectual. Fundador de várias revistas, entre as quais   A Águia,  a Renascença Portuguesa e a Seara Nova, em 1919 foi nomeado director  da Biblioteca Nacional. Voluntário do Corpo Expedicionário Português na Guerra 14-18, em Fevereiro de 1927, participou na revolta contra a ditadura, o chamado Reviralho,  presidindo à Junta Revolucionária instalada no Porto. Derrotada a revolta, foi demitido do cargo de director da Biblioteca Nacional, exilando-se em França, onde viveu até á invasão alemã de 1940. Foi para o Rio de Janeiro, onde, no ensino universitário se especializou na história dos Descobrimentos Portugueses e da formação territorial do Brasil. Regressou a Portugal em 1957, envolvendo-se no ano seguinte na campanha de Humberto Delgado, esteve preso, vindo (ainda em 1958) a ser eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores. Como historiador, a sua tese da «política de sigilo» como pedra angular da teoria geral dos Descobrimentos, foi muito contestada e deu lugar a polémicas com outros historiadores, como foi o caso de Luís de Albuquerque. Como político que viveu as vicissitudes que, da queda da monarquia à queda do regime ditatorial atravessaram mais de seis décadas do século XX, Jaime Cortesão, não teorizou – interveio e mereceu o respeito dos seus concidadãos. (CL/MS)




 
 
 
 
 







 

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