terça-feira, 7 de agosto de 2012












Transcrevemos o quinto blogue com referências a Bernardino Machado  -  clicar aqui.

Os rostos da República de A a Z. Bernardino Machado (05)

Os radicais empurravam Bernardino para a Presidência da república, dado o seu prestígio, alcançado enquanto Ministro dos Negócios estrangeiros. Ele conseguiu apaziguar as potências e obter o reconhecimento delas para o novo regime. As direitas candidatavam Manuel de Arriaga que recebe 121 votos contra 86 para Bernardino, em 1911.
Ganhara o romantismo, a irresponsabilidade e a incompetência e, em menos de um ano, a República começava a tramar a sua condenação. Bernardino Machado, desiludido, era “despachado” para o Brasil de onde só regressa três anos depois.
Ainda a bordo do navio que o trazia de regresso à Pátria, é surpreendido com a notícia da crise ministerial, com Afonso Costa, desautorizado por Arriaga, a pedir a demissão. O Partido Democrático detinha a maioria no Parlamento e Bernardino surgia como uma das poucas opções viáveis.
Aceitou o cargo a 9 de Fevereiro de 1914, com três ministros democráticos e cinco independentes. Foi um Governo que durou quase cinco meses, serenando as paixões políticas e um caso menor leva à saída dos ministros democráticos e à demissão colectiva do Governo.
Manuel de Arriaga encarrega Bernardino de formar novo Governo com independentes. A nova lei eleitoral acabou por derrubar o Governo quando eclodia a I Guerra Mundial, em Agosto. Fiel à aliança com Inglaterra, que não pretendia o envolvimento directo de Portugal, a declaração de Bernardino caiu mal e agravou-se como ataque da Alemanha a Moçambique. Portugal vê-se obrigado a expedições militares para defender as Colónias de África e adiam-se as eleições, sufocando uma intentona monárquica em Outubro.
Em Dezembro, o Governo pede a demissão porque a política conciliadora irritava muitos e Bernardino começava a tornar-se incompatível com qualquer dos partidos, afunilando as suas possibilidades de ser eleito Presidente da República, em 1915. Afonso Costa e os democráticos não lhe perdoaram, mas a decisão de Arriaga que força à demissão de um Governo com um mês une os sectores partidários desavindos em torno de Bernardino Machado que se assume como anti-ditadura militar de Pimenta de Castro.
Os democráticos vencem as eleições de Junho de 1915, abrindo caminho à eleição de Bernardino Machado Guimarães como Presidente da República, a 5 de Outubro desse ano, empossando dois meses depois o novo governo liderado por Afonso Costa.
Inicia-se um período duradouro de democracia – dois anos – enquanto a Guerra nos era declarada em 9 de Março de 1916, fomentando a união sagrada presidida por Bernardino Machado cujo momento mais alto do seu mandato foi a viagem aos campos de batalha da Flandres, sendo recebido pelos líderes dos grandes países.
É nesta altura que surge o tumulto sidonista, contra a fome, contra a guerra, com ideais da direita germanófila, despeitos e ódios.
Bernardino Machado tenta atrasar o tumulto e aceita a demissão do governo de Norton de Matos, sem ouvir Afonso Costa, numa atitude que suscitou severas críticas e abalou a confiança entre os dois estadistas.
A 9 de Dezembro, Bernardino Machado é preso e rejeitando as exigências de Sidónio Pais é destituído pela Junta revolucionário e expulso de Portugal quatro dias depois.
Em Madrid passa o triste Natal de 1917, seguindo quatro meses depois para Paris onde fixa residência. A invasão alemã fá-lo deslocar-se para a Galiza até ao Armistício. Há-de regressar, em triunfo.









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