quinta-feira, 31 de dezembro de 2009



Museu Bernardino Machado
Vila Nova de Famalicão


O Atelier de Férias de Natal deste ano, organizado pelo Serviço Educativo do Museu Bernardino Machado, com a colaboração da Fundação Castro Alves, teve como temática "Queres saber como...se pinta o Bernardino Machado num azulejo".
O Atelier consistiu na pintura de Bernardino Machado num azulejo com o objectivo de se construir, um painel de grandes dimensões, que será futuramente colocado na Sala de Serviço Educativo do Museu.
Parabéns aos organizadores e realizadores! Um Bom Ano Novo para todos!








Retrato de Bernardino Machado: cortesia e frontalidade

Um texto de Rafael Salinas Calado





A propósito de algumas referências, antigas e actuais, acerca do modo de convívio de Bernardino Machado, que alguns ousam classificar de mesureiro, transcrevemos, com a vénia devida, um texto do livro de Memórias de Rafael Salinas Calado, fundador do Museu e Biblioteca Municipal de Torres Vedras, em que faz a descrição da figura de Bernardino Machado.








quarta-feira, 30 de dezembro de 2009








Museu Bernardino Machado
Vila Nova de Famalicão



Acabo de ler o magnífico blogue - "Virtual memories", do dia de hoje, intitulado - "Por uma carta do património insigniário e vestimentário", de que transcrevo, com a vénia devida, o seguinte:




"O trabalho de campo ralizado entre 1989-2009 revelou um património disperso, desconhecido ou mal conhecido, sobretudo não estudado nem pedagogicamente explicado, detentor de enormes potencialidades nos campos do simbólico e do artístico, com possibilidades de dinamização de projectos em rede.
Ao levantamento iconográfico efectuado juntam-se testemunhos insigniários dispersos pelo Museu Académico de Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra, Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, Museu Abade do Baçal, Museu Bernardino Machado e templos religiosos"...




..."o Museu Bernardino Machado não deve acanhar-se de assumir um projecto global de restauro das insígnias doutorais, reconstituição de exemplar do hábito talar docente e concepção de serviços culturais e educativos correlacionados. Bernardino Machado era um gentlman e a sua memória bem merece tal cuidado"...












Implantação da República Portuguesa





terça-feira, 29 de dezembro de 2009




A Ditadura de João Franco

A tragédia do dia 1 de Fevereiro de 1908




Meu tio António Machado descreve, no seu livro de Memórias, como soube do regicídio. Quando terminado o serviço no Liceu Camões, e se dirigia para a Rua de Belém, onde ia jantar a casa de sua noiva, minha tia Sara, a notícia da tragédia foi-lhe comunicada no encontro com dois seus colegas.


Após o regicídio Bernardino Machado foi entrevistado pelo jornal "O Século", no dia 4 de Fevereiro, pelo jornal parisiense "Le Matin", no dia 8, e pelo "Heraldo de Madrid no dia seguinte.

Transcrevemos estas entrevistas do livro de Bernardino Machado - "Pela República - 1906-1908"






segunda-feira, 28 de dezembro de 2009





A Ditadura de João Franco


"...a 12 de Dezembro, são dissolvidas as câmaras municipais e as juntas gerais...E a 23 de Dezembro é publicada a reforma da Câmara dos Pares, que é o mandato de despejo àqueles que D. Carlos entende o incomodam nessa Câmara, que se tornaria, de facto, verdadeiramente apenas do rei. É certo que, a 24, veio outro decreto, convocando os colégios eleitorais para 5 de Abril de 1908. Mas era, evidentemente, uma poção de dormideiras para monárquicos agitados, que reclamavam ainda o regresso imediato à Constituição. O monarca dissera claramente: - A ditadura há-de durar; é preciso que dure, no interesse do país... Assim, no dia 1 de Janeiro, os chefes e quase todos os marechais dos partidos não foram ao Paço, à recepção de gala. Não faziam falta. o rei tinha os coronéis! Contava-se que dissera:- Foram menos cães a lamber-me a mão." (Lopes de Oliveira - História da República Portuguesa)


No dia 9 de Janeiro de 1908, Bernardino Machado é entrevistado pelo redactor do Século, Vieira Correia:









No dia 21 de Janeiro de 1908 "partiu D. Carlos para Vila Viçosa. Nesse dia foram presos e postos em rigorosíssima incomunicalidade os jornalistas França Borges e João Chagas e os comerciantes Victor de Sousa e Alfredo Leal. No dia 26 foi a vez de António José de Almeida. De nenhum se conseguiu saber o destino: haviam desaparecido!" (Lopes de Oliveira - História da República Portuguesa)


No dia 25 de Janeiro de 1908 o Directório do Partido Republicano Português esclarece o país com a seguinte nota, redigida por Bernardino Machado:









domingo, 27 de dezembro de 2009



A Ditadura de João Franco



Como resultado da ditadura de João Franco o Partido Republicano engrossava as suas fileiras num contínuo aumento de adesões. Depois da entrevista dada por D. Carlos ao jornalista Joseph Galtier, do jornal francês Le Temps, Augusto José da Cunha, antigo ministro, presidente da Câmara dos Pares e que fora professor do rei, aderiu ao partido, e dias depois, o Par do Reino Anselmo de Braamcamp Freire faz igualmente a sua inscrição no partido republicano.



No recente livro de Joaquim Romero Magalhães, "Vem aí a República! 1906-1910", lê-se:
"O grande crescimento do partido democrático ocorre precisamente durante e por causa da ditadura. Velhos liberais, como Anselmo Braamcamp Freire ou Augusto José da Cunha , pares do Reino e personalidades de grande prestígio aderem ao partido republicano. Porque para os liberais de antigas e provadas convicções João Franco estava a percorrer um caminho contrário ao liberalismo. Que achavam defendido nas propostas republicanas. Não se deixavam iludir pelas reiteradas afirmações do chefe dos regeneradores-liberais. Tinham-no bem próximo, sofriam-no e nada queriam provar com as suas atitudes cívicas. A ditadura, sabiam o que era, sentiam-na e não estavam dispostos a avalizá-la. E aderir à República não era fácil para um par do Reino. Era fazer o corte numa história de vida. Chegou mesmo a dizer-se que José Dias Ferreira se dispunha a dar semelhante passo - o que teria sido um importante trunfo para os republicanos. Não aconteceu , embora fizesse uma coferência num centro. Demite-se o magistrado Francisco Maria da Veiga de juiz de instrução criminal e José Francisco Trindade Coelho abandona o lugar de delegado do ministério público em Lisboa. Este por se recusar a vechar influentes personalidaes políticas. O juiz Veiga, juiz de instrução criminal, fora o terror de anarquistas, bombistas e republicanos cujas actividades investigava. Tinha espiões ao seu serviço. Mas também constava que dizia que era preciso João Franco ser Presidente do Conselho para se descubrirem bombas em Lisboa. Tinha sido bem visto pelo Paço, servindo o rei no negócio de compra de casas para instalar uma senhora da sua especial predilecção. Chegaram a chamar-lhe por isso alcoviteiro do rei. Mas o juiz Veiga sai do lugar de relações frias, senão cortadas com João Franco e sem a antiga confiança que D. Carlos nele depunha. Trindade Coelho, que durante anos como procurador régio desencadeara processos contra republicanos, no cumprimento das leis, desistia dessa tarefa em que deixara de se sentir à vontade. São dois exemplos de defecções que mostram que não houve engano de muita gente ao considerar sem sentido a ditadura de João Franco. Ou pelo menos sem ter dado pelo sentido reformador das instituições que se dizia querer defender a todo o custo. E para isso tendo em pleno o apoio do rei. Tudo parece resultar de uma improvização desajeitada, a que alguns querem encontrar um sentido bem definido. Mas a realidade decomentada não parece ajustar-se bem a qualquer exercício de especulação política."






Notícia da adesão ao Partido Republicano dos Pares do Reino, na Ilustração Portuguesa



Conselheiro Augusto José da Cunha num comício republicano


Bernardino Machado, em nome do Partido Republicano, visita, em 24 de Novembro de 1907, Anselmo Braamcamp Freire, proferindo as seguintes palavras:





sábado, 26 de dezembro de 2009



Intervenções de Bernardino Machado durante a ditadura de João Franco



Da História da República - Editorial Século




Centro Democrático Eleitoral de Lisboa