António Valdemar-Eduardo Lourenço-Sá Marques |
Fui ouvir a magnífica intervenção do António Valdemar - "A Imprensa em Portugal perante o Futurismo", no Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 FUTURISMO/2017, que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian.
A IMPRENSA EM PORTUGAL PERANTE O
FUTURISMO
A comunicação de
ANTÓNIO
VALDEMAR
no Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100
Futurismo
A Imprensa
recebeu com hostilidade ou com indiferença o aparecimento do Orpheu e as outras revistas e
intervenções públicas que, a partir de Março de 1915, marcaram, em Portugal, o
início da modernidade literária e artística.
António
Valdemar, jornalista e investigador, salientou estes factos na comunicação que
apresentou, no Congresso
Internacional Luso-Brasileiro 100 Futurismo, que« está a decorrer na
Gulbenkian, ao fazer a inventariação e a análise dos jornais e revistas
de maior repercussão e das posições que assumiram recorrendo ao insulto, á
sátira, ao desdém e ao diagnóstico dos psiquiatras.
Com base em
pesquisas realizadas em bibliotecas, em arquivos e em informações recolhidas no
convívio pessoal e profissional, António Valdemar identificou os autores de
notícias, reportagens e entrevistas feitas por jornalistas, assim como artigos
de opinião, crónicas, gazetilhas e caricaturas da autoria de colaboradores
efetivos ou eventuais desses órgãos de comunicação e que eram, ao tempo,
personalidades de reconhecido prestígio institucional.
A comunicação
de António Valdemar subordinada ao tema A Imprensa em Portugal
perante o Futurismo,
incluiu imagens dos protagonistas do movimento e dos que o combateram em textos
de grande virulência e mordacidade, a propósito das rupturas formais e
conceptuais que surgiram, em especial, na poesia de Fernando Pessoa / Álvaro de
Campos e de Mário de Sá Carneiro; nos manifestos provocatórios de Almada
Negreiros; nas pinturas e desenhos audaciosos de Amadeu de Souza Cardoso, Santa
Rita Pintor e Almada Negreiros; e nas inovações gráficas evidenciadas no
Orpheu 2 e no Portugal Futurista.
Ao deter- se no
Portugal
Futurista
acentuou a dimensão internacional introduzida com a colaboração de Apollinaire
e Blaisse Cendras, ambos
associados ao movimento português através de Amadeo de Souza - Cardoso e,
fundamentalmente, Sonya e Robert Delaunay que se refugiaram em Portugal, devido
á eclosão da Iª Guerra Mundial.
Entretanto,
António Valdemar
refere o conhecimento pessoal que teve com Carlos Filipe Porfírio e, sobretudo,
com o jornalista e poeta José Rebelo de Bettencourt, respectivamente director e
chefe de redacção do Portugal Futurista.
Do grupo e da
geração do Orpheu António Valdemar ainda
privou de perto com Armando Cortes-Rodrigues, seu conterrâneo da ilha de São
Miguel; Raul Leal que frequentava o Café Gelo; e Alfredo Guisado, um dos seus directores no jornal Republica, onde iniciou a profissão, no fim dos anos 50.
Destacou,
contudo, António
Valdemar o
convívio e a amizade com Almada Negreiros, durante muitos anos. Almada
concedeu-lhe entrevistas acerca da sua vida e obra, parte das quais reunidas no
livro Almada,
os Painéis, a Geometria e Tudo, editado pela Assírio e Alvim e lançado no
Grémio Literário por Eduardo Lourenço.
António Valdemar participou nos centenários do Orpheu e dos seus principais representantes.
Escreveu textos de análise crítica, proferiu conferências e tomou parte em
colóquios, nomeadamente, na Academia das Ciências de Lisboa e no Grémio
Literário
A
comunicação foi ilustrada com um power- point concebido e executado pelo
designer Álvaro
Carrilho,
autor de outros trabalhos no género que tem efectuado. na ultima década, para a
Academia das Ciências, para o Grémio Literário. Museu Biblioteca
da Resistência e da Republica e outras instituições culturais.
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