quarta-feira, 15 de novembro de 2017





António Valdemar-Eduardo Lourenço-Sá Marques

Fui ouvir a magnífica intervenção do António Valdemar - "A Imprensa em Portugal perante o Futurismo", no Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 FUTURISMO/2017, que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian.
























A IMPRENSA EM PORTUGAL PERANTE O FUTURISMO

A comunicação de ANTÓNIO VALDEMAR

no Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Futurismo

A Imprensa recebeu com hostilidade ou com indiferença o aparecimento do Orpheu e as outras revistas e intervenções públicas que, a partir de Março de 1915, marcaram, em Portugal, o início da modernidade literária e artística.
António Valdemar, jornalista e investigador, salientou estes factos na comunicação que apresentou, no Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Futurismo, que« está a decorrer na Gulbenkian,  ao fazer a inventariação e a análise dos jornais e revistas de maior repercussão e das posições que assumiram recorrendo ao insulto, á sátira, ao desdém e ao diagnóstico dos psiquiatras.
Com base em pesquisas realizadas em bibliotecas, em arquivos e em informações recolhidas no convívio pessoal e profissional, António Valdemar identificou os autores de notícias, reportagens e entrevistas feitas por jornalistas, assim como artigos de opinião, crónicas, gazetilhas e caricaturas da autoria de colaboradores efetivos ou eventuais desses órgãos de comunicação e que eram, ao tempo, personalidades de reconhecido prestígio institucional.
A comunicação de António Valdemar subordinada ao tema A Imprensa em Portugal perante o Futurismo, incluiu imagens dos protagonistas do movimento e dos que o combateram em textos de grande virulência e mordacidade, a propósito das rupturas formais e conceptuais que surgiram, em especial, na poesia de Fernando Pessoa / Álvaro de Campos e de Mário de Sá Carneiro; nos manifestos provocatórios de Almada Negreiros; nas pinturas e desenhos audaciosos de Amadeu de Souza Cardoso, Santa Rita Pintor e Almada Negreiros; e nas inovações gráficas evidenciadas no Orpheu 2 e no Portugal Futurista.
Ao deter- se no Portugal Futurista acentuou a dimensão internacional introduzida com a colaboração de Apollinaire e Blaisse Cendras, ambos associados ao movimento português através de Amadeo de Souza - Cardoso e, fundamentalmente, Sonya e Robert Delaunay que se refugiaram em Portugal, devido á eclosão da Iª Guerra Mundial.
Entretanto, António Valdemar refere o conhecimento pessoal que teve com Carlos Filipe Porfírio e, sobretudo, com o jornalista e poeta José Rebelo de Bettencourt, respectivamente director e chefe de redacção do Portugal Futurista.
Do grupo e da geração do Orpheu António Valdemar ainda privou de perto com Armando Cortes-Rodrigues, seu conterrâneo da ilha de São Miguel; Raul Leal que frequentava o Café Gelo; e Alfredo Guisado, um dos seus directores no jornal Republica, onde iniciou a profissão, no fim dos anos 50.
Destacou, contudo, António Valdemar o convívio e a amizade com Almada Negreiros, durante muitos anos. Almada concedeu-lhe entrevistas acerca da sua vida e obra, parte das quais reunidas no livro Almada, os Painéis, a Geometria e Tudo, editado pela Assírio e Alvim e lançado no Grémio Literário por Eduardo Lourenço.
António Valdemar participou nos centenários do Orpheu e dos seus principais representantes. Escreveu textos de análise crítica, proferiu conferências e tomou parte em colóquios, nomeadamente, na Academia das Ciências de Lisboa e no Grémio Literário

A comunicação foi ilustrada com um power- point concebido e executado pelo designer Álvaro Carrilho, autor de outros trabalhos no género  que tem efectuado. na ultima década, para a Academia das Ciências,  para o Grémio Literário. Museu Biblioteca da Resistência e da Republica e outras instituições culturais.





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