sexta-feira, 6 de maio de 2016



HISTÓRIA E DIABETES






Com um abraço fraterno para o Lino, primo boníssimo de Nicolau Firmino que aqui lembro reconhecidamente.


Recordo o que escrevi para o Boletim da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, impresso em Janeiro de 1992, num texto que intitulei "A Diabetes e a História": "...o Príncipe D. João, que apesar duna curta vida, pois não chegou a completar 17 anos, revelou qualidades e dons promissores dum reinado para Portugal diferente do orientado com a subida ao trono do seu filho"

 
 
Tinha prometido então um pequeno e despretensioso estudo sobre
a evolução da diabetes surgida no Príncipe e os seus sofrimentos.
 
Socorri-me de várias fontes que tinha adquirido:
 


 
 
 
 
Nessa altura pedi, por intermédio do Lino, o auxílio do latinista  Professor Nicolau Firmino.
Nicolau Firmino
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
 
 
Há dias ao deparar com a caixa onde guardei a papelada sobre o Príncipe D. João, reparei na promessa não cumprida!...
 
 
 
Pintura de António Moro

 
 
À morte deste Príncipe fez Manuel de Cabedo os seguintes Epitáfios que se imprimiram nas Obras de André de Rezende:
 
Epitáfios

Este túmulo contém o defensor dos Lusitanos
E a sepulta esperança da nossa liberdade.
Aqui jaz a preclara descendência do egrégio João,
O ilustre sobrinho e genro do grande Rei.
Mal completara o décimo sexto ano de idade,
Apenas transpusera  os tempos da puberdade,
A cruel morte (lhe) lançou a mão, e de repente de um tão grande
Príncipe privou os infelizes Lusíadas.


Aqui jaz aquele Príncipe da Lusitânia
O grande João, outrora única esperança
E sustentáculo da muito grande e decadente Pátria.
Aqui aquele que já então a Africa temia,
E longe as largas embocaduras do vasto Ganges.
Aqui aquele genro e sobrinho do grande César.
Única querida descendência do muito Grande João.
Visto que vivera dezasseis anos
Agradável e piedoso para com todos, oh dor!
Vivera certamente no tempo em deveu, então faleceu.
Porém jazendo debaixo da terra, não chora a Esposa
Dulcíssima, não os cetros a si devidos,
Não os Reinos, não as grandes riquezas, mas a Pátria
Abandonada em tão grande perigo.


Na magnífica obra da Professora Doutora Nair de Nazaré Castro Soares sobre a "Tragédia do príncipe João de Diogo de Teive", podemos ler um extenso texto ( da pág. 37 à pág.57) sobre "O tema da morte do Príncipe D. João na poesia quinhentista".
É deste seu livro que transcrevemos a parte em que se refere à identificação do secretário de D. João III, Pêro de Alcáçova Carneiro, conde da Idanha, do camareiro-mor de D. João, Francisco de Sá Menezes, que "dorme em uma casa do mesmo aposento do Príncipe", do médico que acompanhou o doente, e o  Acto II da obra, onde podemos acompanhar a evolução da doença no infeliz príncipe.

 










 
 










 
 











 
 
 
 
 
 
 
 

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