sexta-feira, 15 de abril de 2016

 
 
 
 
 
 
Acabei de ler o livro de António Ventura  -  "A Marinha de Guerra Portuguesa e a Maçonaria"

Recordo os Comandantes Agatão Lança e Moreira de Campos
 
 
 
 
 
Diário de Lisboa
23 de Maio de 1965




 
 
 O Comandante José Moreira de Campos
 
Comandante Moreira de Campos
 
Biografia retirada da Wikipédia
 
Comandante José Moreira de Campos, oficial da Marinha de Guerra ( 1898- 1967). Membro do diretório democrato-social, foi um dos republicanos históricos, tradicional oposicionista ao salazarismo e compulsivamente reformado pelo governo salazarista ao abrigo do Decreto Lei nº25316, de 13 de Maio de 1935.
Nasce em 24 de Setembro de 1898, em Tondelinha, Viseu, filho de João Moreira de Almeida Campos e de Elisa Teixeira de Carvalho. Maçon, Integra o MUNAF,  Movimento de Unidade Nacional Antifascista, constituído no final do ano de 1943. Trata-se do primeiro grande movimento unitário antifascista dos anos 40, em que estão representados o Partido Republicano Português, o extinto Partido Socialista (SPIO), a recém-criada União Socialista, o Partido Comunista Português, a Maçonaria, alguns anarco-sindicalistas, católicos, monárquicos e independente. Presidido por Norton de Matos, da sua Comissão Executiva fazem parte José Magalhães Godinho, Fernando Piteira Santos, Moreira de Campos, Alberto Rocha e Manuel Duarte.
Apoia as candidaturas de Norton de Matos, Quintão Meireles e Humberto Delgado á Presidência da República. Faz parte do Directório Democrato-Social, que foi uma estrutura da oposição democrática ao regime ditatorial do Estado Novo criada em 1949 por iniciativa de um grupo de antigos militantes republicanos, designados por Os Barbas, que incluía, entre outros, Mário de Azevedo Gomes, Jaime Cortesão e António Sérgio, Acácio Gouveia, Cunha Leal, Carlos Sá Cardoso, Carlos Pereira, Moreira de Campos, Nuno Rodrigues dos Santos e Raul Rego.
Preso pela PIDE em 7 de Janeiro de 1952 por envolvimento na suposta intentona da Rua da Assunção, o capitão Henrique Galvão, brigadeiro Maia, coronel Tadeu e comandante Moreira de Campos recolhem á cadeia do Aljube, sendo transferidos posteriormente para a Casa de Reclusão da Trafaria, onde permanecem até Julho do mesmo ano.
Ligado a Mendes Cabeçadas, pertence ao grupo da Sociedade de Geografia, criticando asperamente o modelo de Adriano Moreira.
Historiador, deixou vasta obra tal como "D. Francisco de Almeida", "A vida heroica do grande capitão André Furtado de Mendonça, "Afonso de Albuquerque", " o " Infante D. Henrique e os Descobrimentos dos portugueses" Bom Nome e Reputação", "Rumo de Portugal", "A Fé e o Império", " A luta pelo poder naval", "entre outros.
Morre em Lisboa a 30 de Abril de 1967.

Condecorações:

-Medalha de prata comemorativa da Guerra europeia
-Medalha de prata da classe de Bons Serviços
-Medalha da Vitória
-Medalha militar de pratada Classe de Comportamento Exemplar
-Cavaleiro da Ordem Militar de Aviz e da Ordem de Espada da Suécia.
Por Portaria de 16 de Dezembro de 1919, ao tempo da revolta monárquica do norte, foi louvado o então guarda-marinha José Moreira de Campos, "pela forma como comandou o seu pelotão no ataque a Estarreja, efectuando vários reconhecimentos, no que mostrou muita firmeza e sangue frio considerando-se de importantes e extraordinários tais serviços".
 
 
 
Desde a minha juventude que convivi com o Comandante Moreira de Campos, pai do José Júlio meu saudoso e querido amigo de infância.
Guardo nas minhas estantes os livros que o Comandante Moreira de Campos escreveu, muitos deles com dedicatória amiga.
 
 




 

 
 
 
 



Editado já depois do seu  falecimento
 
 
 
Do livro "A Descobrir": -
 



 
 
 

Anál. Social  n.172 Lisboa out. 2004

Freire, João, Homens em Fundo Azul-Marinho. Ensaio de Observação Sociológica sobre Uma Corporação nos Meados do Século XX: a Armada Portuguesa, Oeiras, Celta Editora, 2003, 220 páginas.

 
Estas críticas deixam o essencial intocado. Homens em Fundo-Azul Marinho é uma obra preciosa para quem queira compreender a marinha de guerra portuguesa, pois permite compreender a psicologia dos marinheiros militares, à qual, aliás, João Freire presta muita atenção.
E, descontadas as porções metodológicas, é um livro que lemos pelo prazer da leitura. Há algumas excelentesvignettes: a caracterização do comandante do navio, por exemplo (p. 114). O interesse da obra aumenta porque o autor tem talento para escolher o petit fait vrai. Vejamos um exemplo. O «Estado Novo» instituiu a Brigada Naval, um ramo da Legião Portuguesa; entre outras actividades, fazia assistência aos pobres. Um belo dia, o comandante José Moreira de Campos, um oposicionista militante, ao descer a Avenida da Liberdade, cruzou-se com um desfile da Brigada Naval. Houve então «uma cena de bengalada» entre Campos e os legionários navais; o comandante oposicionista classificou os legionários de «turba de maltrapilhos armados». A «turba de maltrapilhos» era uma organização do Estado Novo e em particular da própria marinha.
Luís Salgado de Matos





 

1 comentário:

Bernardo M. Campos disse...

Será que me consegue dar uma visão mais próxima da personalidade e feitio do comandante Moreira de Campos, dado que privou com ele?

Muito agradecido