Recordar Maria O´Neill
Silêncios e Memórias
"É o esquecimento e não a morte que nos faz ficar fora da vida" (Mia Couto)
* MARIA DA CONCEIÇÃO INFANTE DE LACERDA PEREIRA DE EÇA CUSTANCE O’NEILL *
[19/11/1873 - 21/03/1932]
Morre em 21 de Março de 1932, no Oceano Atlântico, quando regressava do Brasil, a escritora, poetisa, conferencista e propagandista republicana, socialista, feminista e espírita Maria da Conceição Infante de Lacerda Pereira de Eça Custance O’Neill.
Filha de Carlos Torlades O’Neill e de Maria Carlota Infante de Lacerda Pereira de Eça, Maria O’Neill nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro de 1873.
Para além da actividade literária, tendo começado a publicar nova e com regularidade anual, da colaboração em periódicos – Actualidades, Alma Feminina, Almanaque das Senhoras (1921-1924), Bem Público, Brasil-Portugal, Correio da Europa, Espiritismo, Ilustração Portuguesa, Intransigente, Jornal da Mulher, Pensamento, Prosa e Verso, Sátira, Serões, O Soneto Neo-Latino, A Vida Elegante (1915), Zig-Zag – e de ter sido directora do Almanaque da Senhoras (1911-1925) e do Almanaque Ilustrado, não descurou a intervenção associativa, cívica e política.
Em Maio de 1919, durante o 4.º Congresso da Região do Sul do Partido Socialista, Maria O’Neill é referenciada como militante socialista: apresentou, na sessão nocturna do dia 2, a tese “A acção da mulher no socialismo”.
Tornou-se num dos nomes emblemáticos do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, evidenciando-se no início da década de 20, quando proferiu, na Associação dos Caixeiros, a conferência “A ferocidade do egoísmo” (08/05/1920).
Escreveu regularmente na revista Alma Feminina, foi, durante anos consecutivos, Presidente da Secção Trabalho e Assistência Social (1921) e Presidente da Secção de Assistência Social (1922, 1923, 1925-1929, 1931, 1932), presidiu à comissão directora da Liga de Bondade, iniciativa promovida em 1923, fez parte das Comissões Permanentes de Assistência e Trabalho e das Ligas de Bondade (1924) e, em 1926, exerceu o cargo de Vice-Presidente da Assembleia Geral.
O seu dinamismo estendeu-se aos Congressos Feministas e Abolicionistas. Fez parte da comissão organizadora do Primeiro Congresso Feminista e de Educação (1924) e, no segundo, realizado em 1928, apresentou a tese “O voto às mulheres”.
Quanto aos Congressos Abolicionistas de 1926 e 1929, usou da palavra, em nome pessoal, na sessão inaugural (1/8/1926), interveio nos debates da 1.ª Sessão Ordinária (2/8/1926), apresentou a tese “A escravatura feminina” na 2.ª Sessão (03/08/1926) e participou nos trabalhos da Sessão de Encerramento (05/08/1926). No Segundo Congresso Nacional Abolicionista, pronunciou-se sobre “A causa primordial do não-abolicionismo”.
Enquanto oradora, interveio na festa comemorativa do aniversário do Conselho (1923), discursou, em 18 de Maio de 1927, na sessão pacifista organizada pela Secção da Paz e, em Novembro de 1928, durante a Semana da Paz, proferiu uma conferência sobre a Paz Universal. Em 14 de Junho de 1928, quando da “Semana da Criança”, pronunciou-se, na Voz do Operário, sobre “Aprender brincando”.
Tal como outras intelectuais suas contemporâneas, dedicou-se ao espiritismo e pertenceu ao Conselho Superior da Federação Espírita Portuguesa e à redacção da revista Espiritismo.
Faleceu em 21 de Março de 1932, no Oceano Atlântico, quando regressava do Brasil, aonde se deslocara para fazer a sua propaganda, tendo a revista Alma Feminina manifestado o seu pesar: “Escritora notável, poetisa de valor; é considerável a bagagem literária que legou à sua terra. Oradora distintíssima, de uma espontaneidade extraordinária, eloquente e erudita, a sua voz arrebatava as massas”. Também o Portugal Feminino se referiu ao seu desaparecimento e publicou a sua fotografia no n.º 29, de Junho de 1932.
Usou o pseudónimo Lina Marville.
Para além da actividade literária, tendo começado a publicar nova e com regularidade anual, da colaboração em periódicos – Actualidades, Alma Feminina, Almanaque das Senhoras (1921-1924), Bem Público, Brasil-Portugal, Correio da Europa, Espiritismo, Ilustração Portuguesa, Intransigente, Jornal da Mulher, Pensamento, Prosa e Verso, Sátira, Serões, O Soneto Neo-Latino, A Vida Elegante (1915), Zig-Zag – e de ter sido directora do Almanaque da Senhoras (1911-1925) e do Almanaque Ilustrado, não descurou a intervenção associativa, cívica e política.
Em Maio de 1919, durante o 4.º Congresso da Região do Sul do Partido Socialista, Maria O’Neill é referenciada como militante socialista: apresentou, na sessão nocturna do dia 2, a tese “A acção da mulher no socialismo”.
Tornou-se num dos nomes emblemáticos do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, evidenciando-se no início da década de 20, quando proferiu, na Associação dos Caixeiros, a conferência “A ferocidade do egoísmo” (08/05/1920).
Escreveu regularmente na revista Alma Feminina, foi, durante anos consecutivos, Presidente da Secção Trabalho e Assistência Social (1921) e Presidente da Secção de Assistência Social (1922, 1923, 1925-1929, 1931, 1932), presidiu à comissão directora da Liga de Bondade, iniciativa promovida em 1923, fez parte das Comissões Permanentes de Assistência e Trabalho e das Ligas de Bondade (1924) e, em 1926, exerceu o cargo de Vice-Presidente da Assembleia Geral.
O seu dinamismo estendeu-se aos Congressos Feministas e Abolicionistas. Fez parte da comissão organizadora do Primeiro Congresso Feminista e de Educação (1924) e, no segundo, realizado em 1928, apresentou a tese “O voto às mulheres”.
Quanto aos Congressos Abolicionistas de 1926 e 1929, usou da palavra, em nome pessoal, na sessão inaugural (1/8/1926), interveio nos debates da 1.ª Sessão Ordinária (2/8/1926), apresentou a tese “A escravatura feminina” na 2.ª Sessão (03/08/1926) e participou nos trabalhos da Sessão de Encerramento (05/08/1926). No Segundo Congresso Nacional Abolicionista, pronunciou-se sobre “A causa primordial do não-abolicionismo”.
Enquanto oradora, interveio na festa comemorativa do aniversário do Conselho (1923), discursou, em 18 de Maio de 1927, na sessão pacifista organizada pela Secção da Paz e, em Novembro de 1928, durante a Semana da Paz, proferiu uma conferência sobre a Paz Universal. Em 14 de Junho de 1928, quando da “Semana da Criança”, pronunciou-se, na Voz do Operário, sobre “Aprender brincando”.
Tal como outras intelectuais suas contemporâneas, dedicou-se ao espiritismo e pertenceu ao Conselho Superior da Federação Espírita Portuguesa e à redacção da revista Espiritismo.
Faleceu em 21 de Março de 1932, no Oceano Atlântico, quando regressava do Brasil, aonde se deslocara para fazer a sua propaganda, tendo a revista Alma Feminina manifestado o seu pesar: “Escritora notável, poetisa de valor; é considerável a bagagem literária que legou à sua terra. Oradora distintíssima, de uma espontaneidade extraordinária, eloquente e erudita, a sua voz arrebatava as massas”. Também o Portugal Feminino se referiu ao seu desaparecimento e publicou a sua fotografia no n.º 29, de Junho de 1932.
Usou o pseudónimo Lina Marville.
[v. João Esteves, Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX), Livros Horizonte, 2005, pp. 625-626]
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