segunda-feira, 22 de junho de 2015


Com a devida vénia transcrevemos de:




Bernardino Machado, um Presidente português nascido no Brasil


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Bernardino Machado é o único Presidente português nascido fora do território nacional. Mais precisamente no Rio de Janeiro, onde nasceu a 28 de Março de 1851 e morreu, em Famalicão, no dia 29 de Abril de 1944, aos 93 anos.
Filho do  Barão de Joane, António Luís Machado Guimarães, viveu a infância com a família no Rio de Janeiro. Regressado a Portugal, aos 9 anos, o jovem Bernardino Machado ingressou, na juventude, na Universidade de Coimbra, em 1866, evidenciando-se no Curso de Matemática e tornando-se professor catedrático nesta Instituição.
Além da notável e precoce carreira académica, Bernardino Machado tinha uma intensa actividade cívica e política. Era maçon e foi Presidente do Grande Oriente Lusitano, entre  1895 e 1899, foi deputado ainda durante a Monarquia no partido Regenerador e no partido republicano, e era amigo de grandes vultos do pensamento republicano como Jaime Cortesão, António Sérgio, Aquilino Ribeiro ou Raul Proença.
Não espanta nada, pois, que desempenha-se funções importantes na República portuguesa,  instaurada no 5 de Outubro de 1910 – foi Ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1910 e 1911 e primeiro embaixador de Portugal no Brasil, em 1913. Também foi Presidente da República em duas ocasiões – de 6 de Agosto de 1915 até  5 de Dezembro de 1917, quando Sidónio País, à frente de uma Junta Militar o destituiu, e de 1925 a 1926 sendo, curiosamente, afastado do poder por outro movimento reaccionário – o 28 de Maio que precipitou a Ditadura Militar e, anos mais tarde, o Estado Novo de António de Oliveira Salazar.
Homem de inegável talento e inteligência, Bernardino Machado personifica uma geração republicana de extraordinárias figuras, cujos ideais foram traídos pelo advento dos fascismos e totalitarismos vários que se propagaram pela Europa, nas primeiras décadas do século XX. E é, por motivos óbvios, um Presidente da República ligado, umbilicalmente, ao Brasil e à relação  luso-brasileira.
Rui Marques

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