Do blogue - dopresente - do meu bom amigo Amadeu Gonçalves
"Os Democratas de Braga"
"Os Democratas de Braga"
Amadeu Gonçalves
Para o Dr. Artur Sá da Costa
exemplo de cidadania e de coerência
exemplo de cidadania e de coerência
com o meu abraço de amizade fraterna
“As memórias políticas aqui reunidas são as da desta geração que assiste à entronização de Salazar e á consolidação do Estado Novo, que enfrenta de cara destapada o ditador, rejeita e combate o regime, marcando uma fronteira de liberdade, defendida por uma trincheira de resistência e de oposição à barbárie totalitária.”
Artur Sá da Costa
Só a liberdade é a paz… Se amo a liberdade com tanto fervor, é mesmo, sobretudo, por ser ela a única força de ordem e de paz, a única força verdadeiramente fraternizadora.”
Bernardino Machado
O próximo dia 7 de Fevereiro de 2015 ficará para a História de Vila Nova de Famalicão: no Museu Bernardino Machado vai ser apresentado, por José Manuel Tengarrinha, o livro “os Democratas de Braga” (Edições Húmus), organizado por Artur Sá da Costa, Henrique Barreto Nunes e José Viriato Capela. A escolha do local para a apresentação do livro não poderia ter sido o melhor, já que Bernardino Machado representa essa luta simbólica e real contra a ditadura, melhor, contra as ditaduras: na grata expressão de Amadeu Carvalho Homem, Bernardino Machado é o inimigo público n.º 1 das ditaduras em Portugal, combatendo João Franco, Pimenta de Castro, Sidónio Pais e Oliveira Salazar. Dividido em “Testemunhos”, “Memórias Recuperadas” e em “Evocações”, o livro “Os Democratas de Braga” retrata a actividade da oposição democrática ao Estado Novo, entre a política e a cultura, representando, precisamente, essa trajectória bernardiniana. Com dez colaboradores de Vila Nova de Famalicão (Salvador Coutinho, Manuel Gouveia Ferreira, Joaquim Loureiro, Margarida Malvar, macedo varela, Armando bacelar, António Pinheiro Braga, Guilherme Branco, Manuel Cunha e Lino Lima) e com textos de outros colaboradores que abarcam outros concelhos (Fafe, Braga, Barcelos, Vieira do Minho, Terras do Bouro e Guimarães), o livro “Os Democratas de Braga” contém uma visão multidisciplinar, entre socialistas, comunistas e católicos, das actividades da oposição democrática perante o Estado Novo no Minho, dando novos contributos históricos para a investigação e a historiografia contemporânea. Conforme nos diz Artur Sá da Costa na sua introdução histórico e pedagógica numa contextualização da obra: “Desenganem-se aqueles que julgam que este conjunto de memórias e testemunhos políticos pouco acrescentem de novo […] ao debate e à análise histórico/político da ação das oposições no distrito de Braga.” De facto, se não há história sem memória, também não haverá história se não houver novos dados documentais e historiográficos para uma investigação multidisciplinar e da própria História. Neste âmbito, Vila Nova de Famalicão tem sido exemplar (assim como outros municípios também o têm sido, conforme nos exemplifica Henrique Barreto Nunes no seu estudo bibliográfico sobre a oposição democrática no distrito de Braga) na preservação e na investigação, assim como na divulgação dos vários espólios (entre a política, a cultura e a actividade sindical) existentes na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, no Museu Bernardino Machado e no Arquivo Municipal, dando origem a novos estudos. Os organizadores e os colaboradores do livro “Os Democratas de Braga” representam aquela ideia Bernardiniana de Liberdade e de Cidadania: “Sem cidadãos livres não há liberdades públicas.”
1 comentário:
O meu abraço de amizade sempre saudosa, Dr. Sá Marques, e o meu obrigado.
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