Republicanos esquecidos! - Arnaldo Fonseca
Com um abraço de gratidão para o António Valdemar, que tanto me tem ajudado!
Correspondência com Bernardino Machado
Dados biográficos - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Dados biográficos retirados da Hemeroteca Digital de Lisboa
Arnaldo Fonseca (1868-1936?) foi fotógrafo profissional, com actividade
em Lisboa ao longo das décadas de 1890 e 1900. Actividade que terá iniciado em
contexto militar, como atesta a capa de uma
obra de sua autoria, o Manual-Guia do Photographo Amador, “por Arnaldo
Fonseca, com o curso de Marinha.
Preparador do gabinete de Photographia da Escola Naval". Foi também
professor de fotografia, investigador de processos fotoquímicos, pioneiro da
fotografia aérea em balão (1896), fundador e dirigente da Sociedade Portuguesa
de Photographia. Foi director técnico de pelo menos duas Oficinas de Fotografia,
a primeira das quais, inaugurada em 1902, ocupava o n.º 38 da Praça dos
Restauradores. Segundo a publicidade, que a partir de então ocupa as páginas do
Boletim, oferecia “Photographia á luz artificial e natural, fora e dentro das
officinas. Vasta galeria para retratos. Applicações industriaes e utilizações
pictóricas da photographia. Todos os trabalhos de amadores. Ensino de Photographia.
Gabinete de experiencias. Quartos escuros.”. A outra – Officinas Photographicas
Camacho – de que temos registo a partir de 1906, ocupava o n.º 116 da Rua Nova
do Almada. No âmbito da fotografia, publicou: Tratado Geral de Photographia
(Theorico e Pratico), 1891 (reeditado até 1911); Guia prático de fotografia,
1899; Manual-guia do photographo amador, 1899; A fotografia das cores, pelo
método directo, pelo método indirecto e pelo método misto, 1901? Guia do
fotógrafo, 1905; La Proprieté Photographique, 1905; Pintura phorographica,
1906; A photographia em 12 lições, 1911 (2.ª edição).
Republicano, a jovem República portuguesa recompensou a sua
adesão, com uma carreira diplomática, que começa em 1911, com colocações
sucessivas como cônsul em Manaus, Vigo, Verin, Cantão, Baía, Porto Alegre e
Marselha, Lyon, com a Comenda da Ordem de Cristo, com a distinção de Cavaleiro
da Ordem de Santiago e da Legião de Honra, e com um louvor, em 1912, pelos
relevantes serviços prestados na fronteira durante as incursões monárquicas.
1911 é também o ano em que, mercê da nova actividade profissional, abandona a
fotografia.
No blogue ULTRAPERIFÉRICO - clicar aqui - encontrámos estes dados:
Quem é Arnaldo
Fonseca?
Tendo apenas disponíveis alguns dados biográficos, mas sem obras fotográficas
divulgadas em número significativo, sem arquivos ou colecções que disponibilizem
essas obras e sem estudos críticos publicados, continuaremos sem saber quem é
Arnaldo Fonseca, ou quem foi? - uma vez que o presente do indicativo apenas se
deveria aplicar a autores relevantes ("aqueles que por obras valerosas...").
Trata-se de mais um caso esquecido, típico do nosso ultraperiférico alheamento
cultural, ou será que o seu trabalho não possui relevância intelectual e artística?
Arnaldo Fonseca, fotógrafo profissional, com actividade em Lisboa ao longo das
décadas de 1890 e 1900, ter-se-à iniciado no meio militar (v. capa do "Manual-Guia
do Photographo Amador - Por Arnaldo Fonseca - Com o curso de Marinha.
Preparador do gabinete de Photographia da Escola Naval".
Além de fotógrafo profissional, entre as inúmeras actividades no âmbito da fotografia,
destacou-se como professor, investigador de processos fotoquímicos, autor de
tratados técnicos para fotógrafos amadores, o primeiro dos quais (Tratado Geral de
Photographia, 1891) foi sucessivamente adaptado e actualizado em posteriores
reedições (até 1911), autor de importantes reflexões sobre direitos de autor (La
Proprieté Photographique, 1905), director de periódicos como o Boletim
Photographico (1900-1914), onde publicou textos de crítica, fundador e dirigente
da Sociedade Portuguesa de Photographia (1907-1914). São-lhe ainda atribuídas
as primeiras experiências portuguesas de fotografia aérea, que terá levado a cabo
em 1896, realizadas a partir de balão.
Abandonou definitivamente a actividade fotográfica, em 1911, para se dedicar à
carreira diplomática ao serviço da 1ª República. Supomos que tenha saído do país,
desiludido com, deduz-se destas suas palavras, "a sacratíssima ignorância em que
nos espojamos mais ou menos suinamente".
(A maioria das informações contida neste post basearam-se na obra imprescindível
de António Sena, História da Imagem Fotográfica em Portugal, 1839-1997,
ed. Porto Editora, Porto, 1998)
Tendo apenas disponíveis alguns dados biográficos, mas sem obras fotográficas
divulgadas em número significativo, sem arquivos ou colecções que disponibilizem
essas obras e sem estudos críticos publicados, continuaremos sem saber quem é
Arnaldo Fonseca, ou quem foi? - uma vez que o presente do indicativo apenas se
deveria aplicar a autores relevantes ("aqueles que por obras valerosas...").
Trata-se de mais um caso esquecido, típico do nosso ultraperiférico alheamento
cultural, ou será que o seu trabalho não possui relevância intelectual e artística?
Arnaldo Fonseca, fotógrafo profissional, com actividade em Lisboa ao longo das
décadas de 1890 e 1900, ter-se-à iniciado no meio militar (v. capa do "Manual-Guia
do Photographo Amador - Por Arnaldo Fonseca - Com o curso de Marinha.
Preparador do gabinete de Photographia da Escola Naval".
Além de fotógrafo profissional, entre as inúmeras actividades no âmbito da fotografia,
destacou-se como professor, investigador de processos fotoquímicos, autor de
tratados técnicos para fotógrafos amadores, o primeiro dos quais (Tratado Geral de
Photographia, 1891) foi sucessivamente adaptado e actualizado em posteriores
reedições (até 1911), autor de importantes reflexões sobre direitos de autor (La
Proprieté Photographique, 1905), director de periódicos como o Boletim
Photographico (1900-1914), onde publicou textos de crítica, fundador e dirigente
da Sociedade Portuguesa de Photographia (1907-1914). São-lhe ainda atribuídas
as primeiras experiências portuguesas de fotografia aérea, que terá levado a cabo
em 1896, realizadas a partir de balão.
Abandonou definitivamente a actividade fotográfica, em 1911, para se dedicar à
carreira diplomática ao serviço da 1ª República. Supomos que tenha saído do país,
desiludido com, deduz-se destas suas palavras, "a sacratíssima ignorância em que
nos espojamos mais ou menos suinamente".
(A maioria das informações contida neste post basearam-se na obra imprescindível
de António Sena, História da Imagem Fotográfica em Portugal, 1839-1997,
ed. Porto Editora, Porto, 1998)
Infante D. Manuel |
3 comentários:
Excelente trabalho! Muito bom!
Beijinho
Paulamego
Antes do mais quero agradecer a divulgação destes elementos e dados sobre o meu Arnaldo Fonseca. Sou o seu bisneto mais velho, pelo meu lado materno, Arnaldo Fonseca e Cristina Fontes Pereira de Mello minha eram os avós paternos da minha mãe, filha do (também) Diplomata Marcus de Fontes Pereira de Mello da Fonseca. Eu tenho formação em fotografia e actualmente regressei à vida académica estando a investigar e a estudar História na Universidade Aberta. Tenho vários elementos, além da memória familiar, da vida política e artística do meu bisavô (nomeadamente o original do quadro a carvão de Carlos Reis que ilustra esta publicação), mas desconhecia esta proximidade com Bernardino Machado. Terei certamente muito interesse em trocar de mais informações.
Cordialmente,
Manuel de Fontes Fonseca Pessôa-Lopes
Caro Manuel de Fontes Fonseca Pessôa -Lopes
Sou doutorada em História e Filosofia da Ciência com uma tese sobre a Divulgação da Fotografia no Portugal Oitocentista ( Práticas, Protagonistas e Redes de Circulação do Saber). Actualmente estou interessada em aprofundar a biografia do seu bisavô, pelo que gostaria de entrar em contacto consigo. O meu email é o seguinte: carmenfalmeida@gmail.com.
Atenciosamente
Cármen Almeida
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