Praia da Cruz Quebrada

Mão amiga trouxe-me o livro "Memórias da Linha de Cascais", de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer, onde é recordada a praia da Cruz Quebrada nas primeiras décadas do anterior século.

 

 

Durante a minha juventude estive em casa de meus Avós na Cruz Quebrada, e ainda me lembro da praia e dos banhos que lá tomei, vigiados pelo banheiro Zé da Rita.

 

Minha Mãe com os oito filhos, no Palacete de Santa Catarina
-Cruz Quebrada



Praia da Cruz Quebrada - 10 de Agosto de 1924 - Minha irmã
Maria Adelaide passeando de barco com as tias Jeónima
e Elzira

O Palacete de Santa Catarina e os anexos, que eram propriedade de meus Avós, actualmente já não existem. Foram demolidos e edificados novos imóveis, apesar da construção do palacete ter sido erigida numa das "muralhas de defesa do Tejo", muralha que era considerada património nacional...

Do Diário de Notícias de 24 de Abril de 1982, digitalizamos o artigo de
 Carlos Pereira Callixto, que nos transmite a indignação pela demolição,
 em 1972, do imóvel e do que existia da fortificação...

Os imóveis da Cruz Quebrada foram adquiridos em 1922 por meu Avô Bernardino Machado, e o Palacete foi residência de meus Avós até sairem para o exílio em 1927.

AGENDA de 1922, anotada por Bernardino Machado

Adjacente ao palacete, na rua de Santa Catarina, nº 105, existia um anexo, onde Bernardino Machado tinha a sua biblioteca no andar térreo. Foi para este anexo que Aquilino Ribeiro foi viver em 1932, por o palacete se encontrar alugado ao director da Fábrica de Fermentos Holandeses, que funcionava na margem oposta do rio Jamor. Nos começos da década de 40 Aquilino Ribeiro mandou fazer no anexo uma escada interior, ligando os pisos térreo e superior, passando a biblioteca para o primeiro andar de outra casa também pertencente a Bernardino Machado e que tinha ficado vaga. Aquilino Ribeiro continuou a viver na Cruz Quebrada até principios da  década de 50.