A tumulação do Soldado Desconhecido! - 9 de Abril de 1921
Governo de Bernardino Machado durante o Mandato Presidencial de António José de Almeida
(2 de Março de 1921 a 23 de Maio de 1921)
Damião Peres refere na sua História de Portugal (Suplemento - 1954): "...dois sucessos iluminaram com reflexos de glória os dias do gabinete Bernardino Machado - um praticado com simplicidade, outro cercado de grande ostentação; um, voltado ao futuro, outro, recordando o passado. Consistiu o primeiro na viagem aeronáutica de Lisboa ao Funchal, realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, assistidos por outro oficial da Armada, de menor patente, o tenente Torres Bettencourt, e pelo mecânico Roger Suberand; e o segundo, na glorificação do esforço português na Grande Guerra, tumulando-se solenemente no Mosteiro da Batalha os restos mortais de dois dos soldados desconhecidos, exumados, um, de cemitérios dos campos de batalha da França, e outro dos da África Portuguesa." ... "Sucesso não menos importante, e de certo modo integrado na euforia das festividades, foi o começo, então realizado, de maiores passos no caminho da reconciliação da Igreja com o Estado. Na Batalha, Afonso Costa, que viera de Paris propositadamente para assistir às cerimónias da tumulação dos soldados desconhecidos mostrou-se empenhado em trocar impressões com o Bispo de Beja; e por seu lado um outro antístite, o arcebispo de Évora, na sua oração pronunciada nas exéquias da basílica da Estrela, já na véspera lançara com entusiasmo um apelo à concórdia: "É preciso que se não torne estéril o sacrifício grandioso dos nossos serranos! Possa esse sangue bendito derramar a paz na consciência nacional a fim de que a integridade da Pátria seja mantida. Sobre as suas campas apertemos as mãos e esqueçamos as nossa discórdias. A Pátria e a Fé são uma e a mesma cousa!".
Durante o governo de Bernardino Machado (2 de Março a 21 de Maio de 1921), com a Presidência da República de António José de Almeida, efectuou-se a glorificação do esforço português na Grande Guerra, tumulando-se solenemente no Mosteiro da Batalha os restos mortais de dois soldados desconhecidos, exumados, um, de cemitérios dos campos de batalha da França, e outro dos da África Portuguesa.
Reproduzimos um texto de memórias de Carlos Moller da Cunha e Vasconcelos, secretário de Bernardino Machado durante esta presidência de ministério,
impresso no Diário de Lisboa de 15 de Agosto de 1955.
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