Bartolomeu Ferreira - 5
Comité de Socorros aos Militares e Civis Portugueses Prisioneiros de Guerra
A 18 de Fevereiro de 1917, no Hotel Richmond em Lausanne, foi constituído um Comité de Socorro aos militares e civis portugueses prisioneiros de guerra. Vinte cinco personalidades estiveram presentes, entre elas o Embaixador Bartolomeu Ferreira e o Visconde Faria, Cônsul Geral em Lausanne. Elegeram uma comissão de organização e propaganda. Os participantes, para reduzirem as despesas, decidiram filiar-se na Associação Pietas, dependente da Cruz Vermelha, que se encontrava instalada em Berna sobre a Direcção de Óscar de Watteville, Cônsul de Portugal em Berna.
Durante os primeiros meses, o Comité organizou-se, recolheu fundos e obteve da Cruz Vermelha, em Genebra, a lista dos prisioneiros portugueses e começou a enviar encomendas "colis" a alguns cativos na Alemanha. Este trabalho inicial deveu-se fundamentalmente ao empenho da Condessa Penha Garcia.
Foram igualmente distribuídas 300 cartas entre os prisioneiros e as famílias, no período de Março de 1917 a Março de 1918. Em 12 de Maio de 1917 o Comité organizou um soirée artístico e dançante para angariação de fundos.
O Diplomata Bartolomeu Ferreira conseguiu negociar e assim evitar que o apoio dado ao Comité português pela Associação Pietas diminuísse, situação que se colocava dadas as dificuldades de obter alimentos na Suíça.
As encomendas (colis) eram enviadas duas vezes por mês e pesavam, cada uma, entre 3 a 5 kg e custavam entre 10 a 12 Francos Suíços. Cada pacote era preparado pelas senhoras da Cruz Vermelha e soldados franceses internados na Suíça, que colocavam nas etiquetas os nomes e locais dos destinatários.
O seguinte quadro apresenta os "colis" enviados pelo Comité de Socorro aos Prisioneiros Portugueses na Alemanha:
1917
|
Março
|
20
|
1917
|
Abril
|
33
|
1917
|
Maio
|
84
|
1917
|
Junho
|
109
|
1917
|
Julho
|
124
|
1917
|
Agosto
|
126
|
1917
|
Setembro
|
212
|
1917
|
Outubro
|
275
|
1917
|
Novembro
|
239
|
1917
|
Dezembro
|
255
|
1918
|
Janeiro
|
275
|
1918
|
Fevereiro
|
416
|
1918
|
Março
|
294
|
1918
|
Abril
|
287
|
1918
|
Maio
|
1030
|
1918
|
Junho
|
4228
|
1918
|
Julho
|
767
|
1918
|
Agosto
|
7269
|
1918
|
Setembro
|
5566
|
1918
|
Outubro
|
3537
|
1918
|
Novembro
|
1234
|
No final da guerra Bartolomeu Ferreira indicou que a comissão terá auxiliado perto de 5000 prisioneiros portugueses, mas estudos mais recentes apontam para um número próximo de 7000. Sem entrar no debate sobre a quantidade de prisioneiros assistidos, a verdade é que após Abril de 1918 o Comité de socorro aos prisioneiros teve grandes dificuldades. Foi necessário encontrar financiamento, alimentos e pessoas disponíveis ara ajudar. Bartolomeu Ferreira tinha consciência de que os nossos prisioneiros, que se encontravam num país onde a própria população tinha grande restrições de alimentos, necessitavam urgentemente de viveres e roupa.
Foi o Comité franco-belga de ajuda aos prisioneiros, por indicação do Governo francês, que vendeu a grande quantidade de artigos necessários ao Comité português, constituindo-se o principal fornecedor dos portugueses8.
Retirado do "site" - MOMENTOS DE HISTÓRIA - clicar aqui
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Bartolomeu Ferreira manteve sempre contacto epistolar com Bernardino Machado. Numa das cartas, enviada para La Guardia e datada de18 de Janeiro de 1930, Bartolomeu Ferreira refere-se a um folheto sobre o Comité de Socorros, escrito para defender a actividade da comissão.
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