sexta-feira, 4 de julho de 2014




Bartolomeu Ferreira  -  5
Comité de Socorros aos Militares e Civis Portugueses Prisioneiros de Guerra
A 18 de Fevereiro de 1917, no Hotel Richmond em Lausanne, foi constituído um Comité de Socorro aos militares e civis portugueses prisioneiros de guerra. Vinte cinco personalidades estiveram presentes, entre elas o Embaixador Bartolomeu Ferreira e o Visconde Faria, Cônsul Geral em Lausanne. Elegeram uma comissão de organização e propaganda. Os participantes, para reduzirem as despesas, decidiram  filiar-se na Associação Pietas, dependente da Cruz Vermelha, que se encontrava instalada em Berna sobre a Direcção de Óscar de Watteville, Cônsul de Portugal em Berna.
Durante os primeiros meses, o Comité organizou-se, recolheu fundos e obteve da Cruz Vermelha, em Genebra, a lista dos prisioneiros portugueses e começou a enviar encomendas "colis" a alguns cativos na Alemanha. Este trabalho inicial deveu-se fundamentalmente ao empenho da Condessa Penha Garcia.
Foram igualmente distribuídas 300 cartas entre os prisioneiros e as famílias, no período de Março de 1917 a Março de 1918. Em 12 de Maio de 1917 o Comité organizou um soirée artístico e dançante para angariação de fundos. 
O Diplomata Bartolomeu Ferreira conseguiu negociar e assim evitar que o apoio dado ao Comité português pela Associação Pietas diminuísse, situação que se colocava dadas as dificuldades de obter alimentos na Suíça.
As encomendas (colis) eram enviadas duas vezes por mês e pesavam, cada uma, entre 3 a 5 kg e custavam entre 10 a 12 Francos Suíços. Cada pacote era preparado pelas senhoras da Cruz Vermelha e soldados franceses internados na Suíça, que colocavam nas etiquetas os nomes e locais dos destinatários.
O seguinte quadro apresenta os "colis" enviados pelo Comité de Socorro aos Prisioneiros Portugueses na Alemanha: 
1917
Março
20
1917
Abril
33
1917
Maio
84
1917
Junho
109
1917
Julho
124
1917
Agosto
126
1917
Setembro
212
1917
Outubro
275
1917
Novembro
239
1917
Dezembro
255
 
1918
Janeiro
275
1918
Fevereiro
416
1918
Março
294
1918
Abril
287
1918
Maio
1030
1918
Junho
4228
1918
Julho
767
1918
Agosto
7269
1918
Setembro
5566
1918
Outubro
3537
1918
Novembro
1234
No final da guerra Bartolomeu Ferreira indicou que a comissão terá auxiliado perto de 5000 prisioneiros portugueses, mas estudos mais recentes apontam para um número próximo de 7000. Sem entrar no debate sobre a quantidade de prisioneiros assistidos, a verdade é que após Abril de 1918 o Comité de socorro aos prisioneiros teve grandes dificuldades. Foi necessário encontrar financiamento, alimentos e pessoas disponíveis ara ajudar. Bartolomeu Ferreira tinha consciência de que os nossos prisioneiros, que se encontravam num país onde a própria população tinha grande restrições de alimentos, necessitavam urgentemente de viveres e roupa.
Foi o Comité franco-belga de ajuda aos prisioneiros, por indicação do Governo francês, que vendeu a grande quantidade de artigos necessários ao Comité português, constituindo-se o principal fornecedor dos portugueses8.

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Bartolomeu Ferreira manteve sempre contacto epistolar com Bernardino Machado. Numa das cartas, enviada para La Guardia e datada de18 de Janeiro de 1930, Bartolomeu Ferreira refere-se a um folheto sobre o Comité de Socorros, escrito para defender a actividade da comissão.
 
 
 
 
  




 
 

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