segunda-feira, 24 de março de 2014






Mais um abraço apertado  para o meu bom amigo António Valdemar, que acompanha este blogue, sempre com a sua sabedoria e crítica! No centenário da implantação da Répública recordou a figura de Luz de Almeida, e foi por sua iniciativa que se desencadeou o processo de atribuição do nome de Luz de Ameida a uma rua de Lisboa. Não queremos deixar de registar, a propósito do blogue do passado dia 22, estes factos e manifestar a nossa gratidão!






PROPOSTA

 
Luz de Almeida

 
No âmbito do centenário da Republica, que vai ter comemorações nacionais,  deverá ser prestada homenagem a quantos contribuíram para a eclosão e consolidação do novo regime. Artur Duarte Luz de Almeida (Alenquer, 25-3-1867; Lisboa, 4 – 3 1939) foi uma dessas figuras que se evidenciaram no plano ideológico e na ação organizativa, junto dos grupos civis e militares que prepararam o movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910.
Radicado em Lisboa muito jovem, filho de um republicano histórico, professor primário das escolas pertencentes à Câmara Municipal, Artur Duarte Luz de Almeida frequentou o antigo Curso Superior de Letras (que antecedeu a Faculdade de Letras de Lisboa), licenciando – se em História e Filosofia. Teve como mestres Teófilo Braga, Consiglieri Pedroso, Adolfo Coelho, intelectuais de grande prestígio, que desempenharam participação ativa, em 1871, nas Conferencias do Casino; no centenário de Camões, em 1880, no Centenário de Pombal, em 1882 e outras realizações decisivas para a implantação do ideário republicano e a formação do primeiro Partido Republicano, em Portugal.
Exerceu Luz de Almeida, durante largos anos, funções nas Bibliotecas Municipais de Lisboa colaborando, diretamente com o seu diretor e fundador, Feio Terenas, outro republicano histórico e um dos organizadores, em 1887, do primeiro Congresso Republicano. Após a revolução do 5 de Outubro de 1910, Luz de Almeida foi eleito deputado para as Constituintes de 1911. Não exerceu  cargos políticos, nem se filiou em nenhum partido. Proseguiu a sua carreira de funcionário, ingressou no quadro das Bibliotecas Populares de Lisboa, integradas na Câmara Municipal.  
O papel relevante que Luz de Almeida desenvolveu na Carbonaria ( um dos seus principais interventores, juntamente com Machado Santos, e António Maria da Silva ), foi preponderante e decisivo no final da Monarquia, para a implantação da Republica. Encontra-se assinalado na História de Portugal (Barcelos), coordenada por Damião Peres; no Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão; na História de Portugal, de Joaquim Veríssimo Serrão; e na História de Portugal, de Oliveira Marques, entre outras obras de consulta obrigatória.
Autor de várias obras mencionadas nas principais fontes bibliográficas; de numerosos artigos doutrinários e de comentários de carácter político, dispersos em jornais e revistas da época, Luz de Almeida deixou ainda a marca da sua erudição e cultura profissional nas publicações relativas aos arquivos e bibliotecas municipais e nacionais.
À semelhança de Jaime Cortesão, de Joaquim de Carvalho e de Lopes de Oliveira, também Luz de Almeida escreveu uma das partes repartidas em diversos capítulos da História do Regime Republicano em Portugal, organizada e editada por Luís de Montalvor.
Por todas estas circunstâncias justifica – se (tal como já aconteceu com António José de Almeida, Machado Santos e muitos outros republicanos) que o nome de Artur Duarte Luz de Almeida também seja atribuído a uma rua de Lisboa. 
 
 
 



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