Mais um abraço apertado para o meu bom amigo António Valdemar, que acompanha este blogue, sempre com a sua sabedoria e crítica! No centenário da implantação da Répública recordou a figura de Luz de Almeida, e foi por sua iniciativa que se desencadeou o processo de atribuição do nome de Luz de Ameida a uma rua de Lisboa. Não queremos deixar de registar, a propósito do blogue do passado dia 22, estes factos e manifestar a nossa gratidão!
PROPOSTA
Luz
de Almeida
No
âmbito do centenário da Republica, que vai ter comemorações nacionais,
deverá ser prestada homenagem a quantos contribuíram para a
eclosão e consolidação do novo regime. Artur Duarte Luz de Almeida (Alenquer,
25-3-1867; Lisboa, 4 – 3 1939) foi uma dessas figuras que se evidenciaram no
plano ideológico e na ação organizativa, junto dos grupos civis e militares que
prepararam o movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910.
Radicado em Lisboa muito
jovem, filho de um republicano histórico, professor primário das escolas
pertencentes à Câmara Municipal, Artur Duarte Luz de Almeida frequentou o
antigo Curso Superior de Letras (que antecedeu a Faculdade de Letras de
Lisboa), licenciando – se em História e Filosofia. Teve como mestres Teófilo
Braga, Consiglieri Pedroso, Adolfo Coelho, intelectuais de grande prestígio,
que desempenharam participação ativa, em 1871, nas Conferencias do Casino;
no centenário de Camões, em 1880, no Centenário de Pombal, em 1882 e outras
realizações decisivas para a implantação do ideário republicano e a formação do
primeiro Partido Republicano, em Portugal.
Exerceu Luz de Almeida,
durante largos anos, funções nas Bibliotecas Municipais de Lisboa colaborando,
diretamente com o seu diretor e fundador, Feio Terenas, outro republicano
histórico e um dos organizadores, em 1887, do primeiro Congresso Republicano.
Após a revolução do 5 de Outubro de 1910, Luz de Almeida foi eleito
deputado para as Constituintes de 1911. Não exerceu cargos políticos, nem
se filiou em nenhum partido. Proseguiu a sua carreira de funcionário, ingressou
no quadro das Bibliotecas Populares de Lisboa, integradas na Câmara Municipal.
O papel relevante que Luz de Almeida
desenvolveu na Carbonaria ( um dos seus principais interventores, juntamente
com Machado Santos, e António Maria da Silva ), foi preponderante e decisivo no
final da Monarquia, para a implantação da Republica. Encontra-se assinalado na
História de Portugal (Barcelos), coordenada por Damião Peres; no Dicionário de
História de Portugal, dirigido por Joel Serrão; na História de Portugal, de
Joaquim Veríssimo Serrão; e na História de Portugal, de Oliveira Marques, entre
outras obras de consulta obrigatória.
Autor de várias obras mencionadas nas
principais fontes bibliográficas; de numerosos artigos doutrinários e de
comentários de carácter político, dispersos em jornais e revistas da época, Luz
de Almeida deixou ainda a marca da sua erudição e cultura profissional nas
publicações relativas aos arquivos e bibliotecas municipais e nacionais.
À semelhança de Jaime Cortesão, de
Joaquim de Carvalho e de Lopes de Oliveira, também Luz de Almeida escreveu uma
das partes repartidas em diversos capítulos da História do Regime Republicano
em Portugal, organizada e editada por Luís de Montalvor.
Por todas estas circunstâncias
justifica – se (tal como já aconteceu com António José de Almeida, Machado
Santos e muitos outros republicanos) que o nome de Artur Duarte Luz de Almeida
também seja atribuído a uma rua de Lisboa.