terça-feira, 16 de abril de 2013


Recordar Aurélio da Paz dos Reis








Fotografia tirada por Paz dos Reis  -   "Manual do Cidadão Aurélio da Paz dos Reis"  -  cpf






Aurélio Paz dos Reis

História administrativa/biográfica/familiar

Aurélio Paz dos Reis nasceu no Porto em 28 de Julho de 1862. O avô materno de Aurélio da Paz dos Reis foi Jacinto dos Santos, natural da Galiza e a avó, Maria Joaquina, que nasceu em Amarante. Os seus pais eram Miguel da Paz dos Reis, natural de Vila Real e fixado no Porto, na Praça de D. Pedro e Carolina Rosa dos Santos, gerente de uma loja de modista na mesma praça.
Aurélio recebeu influências do avô, que foi miguelista e por isso deu ao filho o nome de Miguel da Paz dos Reis. Porém a inclinação política de Aurélio era o liberalismo, confirmando-se com a sua participação na Revolta do Porto, de 31 de Janeiro de 1891, que pretendia derrubar a Monarquia. Através dos seus ideais conseguiu uma progressão rápida nos graus da Maçonaria do Vale do Porto, e aderiu ao Partido Republicano. Esta sua opção política originou dois encarceramentos na Cadeia da Relação.
Aurélio Paz dos Reis era floricultor e no seu palacete na Rua de Nova Cintra, no n.º 125 criava as suas flores no jardim. Aurélio explorava a Flora Portuense na Praça de D. Pedro, onde se situa hoje a Confeitaria Ateneia, actual Praça da Liberdade. A sua atracção incidia sobre as dálias, nas quais se especializou e criou uma sua, no seu horto, ganhando um prémio com esta.
Aurélio tinha cartão de jornalista e a imprensa, mais precisamente a Illustração Portugueza recorria às suas imagens publicando-as. Ele deslocou-se a França e ao Brasil, com intuito de fazer representações comerciais, mas também para fotografar, comercializando estas imagens em séries temáticas. Na sua actividade de fotógrafo gostava de tirar retratos a pessoas, família, amigos, gentes do teatro, era também um fotógrafo de rua. Explorava essencialmente a estereoscopia (fotografia com relevo que cria uma sensação de tridimensionalidade). Aurélio vendia película da marca Lumière & Jougla, assim como também vendia máquinas de escrever Yast e automóveis franceses da marca Minerva.
A certa altura, pensou em comprar um cinematógrafo aos irmãos Lumière, mas estes não lho venderam, acabando, por comprar aos irmãos Werner (juntamente com o seu cunhado), um aparelho cronofotográfico, uma variante do cinematógrafo, com um funcionamento mecânico diferente mas que cumpria o propósito a que se destinava - filmar. Com este equipamento Aurélio da Paz dos Reis filma a fábrica do amigo, António da Silva Cunha, a Camisaria Confiança, na Rua de Santa Catarina, n.º 181. Este filme é a primeira obra de referência do cinema português.
Em 1900, visitou Paris, e com as suas fotografias ganhou uma medalha de mérito.
Em 1919, vários acontecimentos marcam profundamente a sua vida familiar: três dos seus quatro filhos morrem - a Hilda Ofélia, Horácio Fortunato e Homero. A Hilda e o Horácio foram vítimas da pneumónica e Homero morreu em 1918 na 1.ª Grande Guerra em França.
Aurélio da Paz dos Reis foi vereador e presidente substituto da Câmara Municipal do Porto, e participou em numerosas colectividades culturais e de beneficência, salientando-se a colaboração no Ateneu, no Orfeão Portuense, no Asilo de S. João, no Clube dos Fenianos e criou o Conservatório de Música.
Em 1929, interrompeu as investigações de tipos de flores na Rua do Nova Cintra, pois foi perdendo o entusiasmo. Passados dois anos, Aurélio é vítima de congestão cerebral e faleceu a 18 de Setembro de 1931.
Dados biográficos retirados do Centro Português de Fotografia  -  clicar  aqui





Dados biográficos do Dicionário de Maçonaria Portuguêsa  -  Oliveira Marques




Diploma de grau maçónico atribuido a Aurélio da Paz dos Reis em 1895 pelo O Grande Oriente Lusitano Unido e assinado por Bernardino Machado (Grão Mestre). Do livro editado pelo Centro Português de Fotografia  -  "Manual do Cidadão Aurélio da Paz dos Reis".






1 comentário:

Anónimo disse...

Lido! Muitos bjs
Rita