sábado, 2 de fevereiro de 2013


Para a Rita!

Recordando Francisco Grandela  - V

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Francisco Grandela
Francisco de Almeida Grandela, filho de médico de província e marçano aos 11 anos de idade, foi o fundador, em 1881, da Loja do Povo que constituiu a primeira experiência comercial daquele que viria a ser o dono dos célebres Armazéns Grandella, em Lisboa. Modelando o seu ambicioso projecto pelo exemplo dos armazéns Printemps parisienses, prosperou rapidamente. Fundou o Teatro da Rua dos Condes e o célebre Club dos Makavenkos sobre que deixou impressas as respectivas Memórias (1919). Republicano convicto, amigo íntimo de Afonso Costa, veio a ser um dos principais defensores e mecenas do regime implantado a 5 de Outubro de 1910.


PINHEIRO, Rafael Bordalo, 1846-1905


[Carta], 1903 Jun. 14, Caldas da Rainha [a Francisco Grandela, Porto] / Raphael Bordallo Pinheiro. — [1] p. ; 27 x 21 cm

Autógrafo a tinta preta, assinado. — Papel timbrado da «Fabrica de Faianças das Caldas da Rainha […]». — Agradece o artigo publicado no Passatempo — revista quinzenal ilustrada, propriedade dos Armazéns Grandela — elogiando a óptima reprodução do seu retrato e lamentando não poder ir ao Porto ver o amigo, pois «[…] a maldita paixão do theatro leva-me hoje mesmo a Lisboa para ter o prazer de ver o Antoine nas três récitas que dá em Lisboa». Refere-se ao actor e director do teatro francês André Antoine (1858-1943) que, de 14 a 16 de Junho de 1903, esteve em Lisboa com a sua companhia, representando seis peças no Teatro D. Amélia. Comentando os aplausos de que tem sido alvo, acrescenta: «Não me esqueço que foram iniciados pelo meu amigo, no magnífico jantar dos Makavenkos, em que eu tenho um célebre retrato, com as assignaturas de todos, que o meu amigo deve conservar, e que eu vou reclamar». O grupo dos Makavencos era uma sociedade gastronómica fundada em 1884 por Francisco de Almeida Grandela, com fins de solidariedade e beneficência. Reuniam-se na cave do Teatro da Rua dos Condes, dela fazendo parte, entre outros, o duque de Lafões (D. Caetano de Bragança), Bulhão Pato, Rafael Bordalo Pinheiro, D. Francisco de Sousa Coutinho e o almirante Ferreira do Amaral. Política e religião eram assuntos nunca discutidos, tendo o seu ex-líbris como divisa «Honni soit qui mal y pense».



CASTRO, José de, 1868-1929

[Carta], 1910 Ago. 11, [Lisboa a Francisco] Grandella, [Lisboa] / J. de Castro. [1] p. ; 17,5 x 13 cm

Autógrafo a tinta preta, assinado. — Papel timbrado do «Gr. Or. Lusitano Unido, Sup. Cons. da Maç. Portugueza gabinte do gr. Mestre. Particular». — José de Castro convoca Grandela, para uma reunião no dia 16 de Agosto, no seu escritório e informa-o também de que combinara «com o Freitas» ir a Tagarro no dia 21. Esta carta contém as seguintes anotações do punho de Francisco Grandela a tinta azul: «Trabalhos revolucionarios. 3.º (?) convite para a reunião da Commissão de resistência […]. Foi esta commissão, de que fiz parte, que reunio todos os elementos revolucionários de que resultou a revolução de 5 de Outubro de 1910 e proclamação da República. Pertenciam: Jose de Castro, Simões Raposo, Machado Santos, Dr. Miguel Bombarda, José Cordeiro Jr. e Francisco Grandella».



















PORTUGAL. Ministro do Interior, 1910-1911 (António José de Almeida)


[Credencial passada a Francisco Grandela como representante do Governo da República Portuguesa] / Antonio José d’Almeida, ministro do interior. — 1911 Jul. 5. — [1] p. ; 18 x 11 cm

Autógrafo, a tinta preta, assinado por António José de Almeida. — Datado no final: «Lisboa e Camara dos Deputados aos 5 de Julho de 1911». — Papel timbrado da «Câmara dos Deputados» e ainda com o símbolo da monarquia (coroa). Sobre o mesmo, o carimbo a vermelho «Serviço da República». Com selo de lacre da «Assembleia Nacional Constituinte», na margem inferior.



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