terça-feira, 18 de dezembro de 2012



Bernardino Machado e o Instituto de Coimbra








O projecto Instituto de Coimbra, na continuação do seu meritório trabalho, desponibilizou  no seu portal "Instituto de Coimbra"  -  clicar aqui  - os seguintes textos da investigadora Licínia Rodrigues Ferreira:
a) Instituto de Coimbra: o percurso de uma academia;
b) Sócios do Instituto de Coimbra de 1852 - 1978;
c) O Instituto de Coimbra e a Universidade.

 

..."Observando uma nítida estagnação da atividade das classes durante cerca de vinte anos –
desde meados da década de 1870 a meados da década de 1890, excetuando embora um maior
dinamismo da Secção de Arqueologia, também ele interrompido –, a Direção do Instituto, presidida
por Bernardino Machado, a 30 de maio de 1896 resolve instruir a reconstituição das três classes, que
deveriam funcionar, nos termos do artigo 3º dos Estatutos. Para esse efeito, dirige aos sócios uma
circular, datada de junho de 1896, convidando cada um deles a “inscrever-se na classe ou classes que
desejar, a fim de que, feita a inscrição total, os atuais vice-diretores de cada classe promovam as
reuniões necessárias para serem eleitos os sócios que, até ao fim do corrente ano, hajam de servir os
respetivos cargos – excetuados, porém, na classe de Literatura, Belas Letras e Artes, os cargos da
secção de Arqueologia, que tem organização especial (Regulamento Interno do Instituto, art. 24º,
§2º) e está funcionando devidamente”.
Finda a inscrição, realizaram-se, a 3 de julho de 1896, as sessões de reconstituição de cada
uma das classes. Serviram apenas para eleger, tal como preconizava Bernardino Machado, os
respetivos cargos, quer da direção quer das secções. Os diretores votados foram: na Classe de
Ciências Morais e Sociais, José Joaquim Fernandes Vaz; na Classe de Ciências Físico-Matemáticas,
Luís Pereira da Costa; e, na Classe de Literatura e Artes, José Frederico Laranjo. Todos eles saíram
reeleitos por unanimidade em dezembro de 1896. Depois desta última sessão, coincidente nas três
classes a 22 de dezembro de 1896, cessam todos os registos de sessões de classe. Não quer dizer que
deixem de ser eleitos os seus cargos, mas apenas temos conhecimento deles através das sessões de
assembleia geral ou de direção do Instituto. Há também vagos registos de atividade de cada uma das
classes. Por exemplo, na altura em que Bernardino Machado promove conferências sobre a reforma
da instrução superior, O conimbricense anuncia sucintamente, para 21 de janeiro de 1899, uma
sessão das classes reunidas para uma palestra sobre o plano geral do ensino"...


..."As figuras de maior destaque do meio universitário constituíam a componente principal de sócios do Instituto, os efectivos, na medida em que assumiam um papel mais activo nos trabalhos da corporação. Os órgãos directivos e a presidência do Instituto foram ocupados por nomes respeitados da Universidade (e alguns mesmo na cena política nacional), que em certos casos chegaram a pertencer aos seus cargos superiores (Filomeno da Câmara Melo Cabral, António Augusto da Costa Simões, Bernardino Machado, Júlio Augusto Henriques, Francisco Miranda da Costa Lobo, etc.).
A dimensão científica desta ligação entre a Universidade e o Instituto de Coimbra, com tudo o que nela está envolvido, ergue-se como o produto mais perene desta cooperação. Neste aspecto, dois veículos principais testemunharam a estreita união: a revista O Instituto e os encontros científicos. Ao longo dos 130 anos de publicação (1852-1981), O Instituto foi lugar privilegiado de divulgação da produção científica da Universidade de Coimbra – para além de trabalhos por sócios nacionais e estrangeiros, pertencentes a outras instituições. Esse fenómeno foi particularmente relevante nos primeiros 50 anos da revista, que coincidiram com uma época em que a Universidade dispunha de escassas publicações desta natureza"...




Do acervo do Instituto de Coimbra




Sem comentários: