sexta-feira, 30 de novembro de 2012







Do blogue humorgrafe -  clicar aqui  - retirámos, com a devida vénia, o texto referente a Joaquim Guilherme Santos Silva, autor da caricatura que ontem reproduzimos.


"Neste ano de 92, ao lado de M.Pinto, começam a surgir no "Charivari" trabalhos assinados por Alonso, e outros por Santos Silva. Na realidade "Alonso" era o pseudónimo de Joaquim Guilherme Santos Silva, e tudo leva a crer que ambos são uma pessoa só, mas ao mesmo tempo é estranho o mesmo artista assinar com dois nomes diferentes no mesmo jornal, principalmente quando a colaboração nem é muito abundante.
Alonso, ou Joaquim Guilherme Santos Silva é um lisboeta nado em 1871 (morre em Sintra em 1948), e que se afirmaria nas diversas vertentes artísticas, como a decoração, publicidade, ilustração, banda desenhada, professorado (Mestre na Escola Amónio Arroio), mas onde o humor teve um papel sempre presente, e fundamental na sua obra. O seu traço, apesar de marcado pela época, conseguirá uma identidade própria, com humor irónico, simples mas agradável, sem deixar contudo de ser crítico e incisivo.
Ficará também como marca da sua personalidade, a grande humildade, e a pacatez da sua vida, sempre pronto a trabalhar, colaborar, criticar, as não entrar em querelas inúteis. Exercia sua profissão com ética, e se possível com o espírito mais eclético possível, sem recusar o anarco-sindicalismo, o monarquismo, o republicanismo... procurando a objectividade caricatural que Raphael já tinha defendido de ser oposição ao governo, e oposição às oposição. Raphaelista de formação estética, e oposicionista por opção satírica, será um dos casos curiosos de republicano durante a monarquia, e monárquico durante a república.
Vasta é a sua obra gráfica, começando, como já referi no "Charivari" do Porto, para onde enviava os seus trabalhos, passando posteriormente pelo "Passatempo", "O Arauto", "A Paródia", "Os Ridículos", "O Século", "Ilustração", "O Thalassa" ... entrando pela Primeira República, passando pelo Estado Novo voltando a falar da sua obra nesses volumes. De todas as suas colaborações ficará a sua marca principalmente em "Os Ridículos" onde durante três décadas terá direito à primeira página."



 

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