sexta-feira, 26 de outubro de 2012



Com um abraço apertado para o Dr. Amadeu Gonçalves



Bernardino Machado e a Agricultura  -  1







História da Formação Profissional e da Educação em Portugal

Carlos Fontes

Idade Contemporânea - (Séc.XIX)
Ensino Agrícola



"As reformas talvez mais significativas sob o ponto de vista estrutural, devem-se ao período de 1891 a 1893, onde pontuou Bernardino Machado.

Em 1891 as Escolas Praticas de Agricultura de Faro , Portalegre, Santarém, Torres Vedras, Bairrada e Viseu são transformadas em Escolas Elementares de Agricultura Pratica, estabelecendo-se para cada, uma dada especialidade: Bairrada e Torres Vedras, a viticultura, devendo preparar capatazes e mestres para os serviços de vinha e adega. Viseu,Ponte de Lima, e Ilha de S. Jorge, o fabrico de Lacticínios; Santarém, a cultura da Oliveira e o fabrico de Azeite; Faro, o tratamento de arvores, pomares e conservação de fruta;
Neste mesmo ano, a escola Agricola da 5. Região ( Serra da Estrela ) e a Escola Pratica de Agricultura de Mirandela dedicada á sericultura foram extintas. A Escola Pratica de Lacticinios de Castelo de Paiva passou a Frutaria, para apoiar esta nova actividade na região que aqui se começava a desenvolver . Na escola prática agricola de Santarém foi extinta a escola de frutuaria que funcionava em anexo. Para a frequência destas escolas apenas era exigida uma idade compreendida entre os 12 e os 18 anos, saúde e robustez fisica. Em 1893 ( ? ) passou a ser exigido também a instrução primária.
A Escola Pratica de Agricultura Morais Soares, em Santarém que preparava os regentes agricolas, é reformada sucessivamente em Outubro de 1891, e em 1893. O curso de regentes tinha a duração de 4 anos, exigindo-se para a admissão apenas a instrução elementar, e só em 1893 ( ? ) passará a ser a instrução complementar.
Em 1892 são criadas duas Escolas Praticas de Agricultura, por contrato : A Escola Pratica de Lavoura na Quinta das Cruzes, em Moreira de Lima ( 1. Região),organizada pelo agrónomo Manuel do Carmo Rodrigues Morais, e , a Escola Pratica de Lacticinios,na Povoação da Beira, Concelho das Velas, na Ilha de São Jorge ( 12 Região ), organizada pelo agronomo José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa.
O Instituto em 1891 sofre uma profunda reforma, tendendo nele a acentuar o carácter prático do ensino. Nesta reforma Bernardino Machado é apoiado por Cincinato da Costa, lente deste estabelecimento. O ensino seria teórico e prático em todas as cadeiras. As lições teóricas deveriam , sempre que possível, acompanhar-se de demonstrações, as praticas que eram ministradas por auxiliares sob a orientação superior dos lentes, abrangiam um vasto leque de assuntos, que refletem a complexidade que o ensino agricola começava a adquirir.
O Hospital Veterinario e a Estação Quimico- Agricola de Lisboa, passaram em 1891,a ser considerados estabelecimentos auxiliares do Instituto, vocacionando-se para o ensino, projectando-se pra o efeito aqui criar gabinetes, laboratórios, um museu de máquinas e produtos agricolas, uma leitaria experimental, oficinas ( Vinicola, Oleicola e de destilação), uma sirgaria, um colmeal e uma biblioteca.
Os cursos ministrados por este Instituto eram os seguintes: um curso teorico-prático de 4 anos, seguido de especializações : a carta de Agrónomo implicava o estágio de um ano nas escolas agricolas; a de silvicultor exigia o estágio nas matas de Leiria; os diplomados em medicina veterinária , teriam que estagiar durante um ano no Hospital Veterinário ou na Cutelaria Nacioanal, cumprindo-lhes participar nos trabalhos de banco, assistir ás lições da clinica, exercitar-se na criação e tratamento de gado e proceder aos exames e ensaios que lhe fossem distribuídos. No final do estágio, seguia-se a elaboração de uma memória ou tese.
Uma reforma do Instituto de Agronomia e Veterinária foi decretada a 4 de Novembro de 1897, seguindo-se outra a 10 de Outubro de 1901, quando são criados os cursos de engenheiros Agrónomos, de Engenheiros Silvicultores e de Médico Veterinário. A 10 de Setembro de 1903, é de Novo Regulamentado este Instituto, mudando a sua designação para Instituto Geral de Agricultura ( ? ).
As sucessivas reformas do ensino agricola, sem grande coerência, implicaram que a 24 de Dezembro 1901, se procede-se ao uma reforma global, criando-se vários niveis: ensino técnico superior, técnico secundário, profissional geral, profissional especial e ensino primário rural."





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