sexta-feira, 7 de outubro de 2011



As Comemorações do Centenário da Implantação da República em Vila Nova de Famalicão terminaram no dia 5 de Outubro de 2011, no Museu Bernardino Machado

“...todos nós somos apóstolos de Bernardino Machado, porque quanto mais conheço as suas ideias, me confesso mais próximo e concordante com o que ele queria para o nosso País." ... “é um apostolado que tem de passar para lá do próprio Museu Bernardino Machado, para exportar as ideias do patrono, sem propriamente ser uma identificação paroquial, mas pelo facto das suas ideias terem actualidade." - Dr. Paulo Cunha, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Famalicão











A apresentação pública do Catálogo foi feita pelo Professor Doutor Norberto Ferreira da Cunha e pelo Vice-Presidente e Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão





“Bernardino Machado e a I República”.
Catálogo da exposição dá a conhecer um cidadão exemplar

"Bernardino Machado, figura incontornável da I República, foi, esta quarta-feira, recordado, no museu que ostenta o seu nome, em Famalicão, com a edição do catálogo da exposição “Bernardino Machado e a I República” promovida no âmbito das Comemorações do Centenário da República. Ao longo de 70 páginas, o catálogo pretende retratar um período fulcral de uma vida preenchida de quem, entre muitas outras coisas, foi presidente da República por duas vezes, Grão-Mestre da Maçonaria e Ministro das Obras Públicas. Na apresentação do catálogo estiveram o coordenador científico do Museu, Norberto Cunha acompanhado pelo vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

Norberto Cunha salientou Bernardino Machado como sendo “um cidadão exemplar”. “A política, para Bernardino Machado, era mais um ponto de partida do que um ponto de chegada e tinha uma atitude crítica e construtiva para a edificação da cidadania, a qual passava pela autonomia moral e as livres ideias dos cidadãos”, acrescentou, na sua intervenção.

Por seu turno, Paulo Cunha focou um dos valores essenciais que herdamos da I República, nomeadamente a Democracia e, acrescentou “através de Bernardino Machado, Vila Nova de Famalicão entrou nas comemorações da implantação da República em Portugal”. Referiu que “Bernardino Machado não foi um simples, nem ocasional presidente da República, nem o foi por qualquer coincidência, legando-nos o seu pensamento e a sua obra.” Mais acrescentou que “todos nós somos apóstolos de Bernardino Machado, porque quanto mais conheço as suas ideias, me confesso mais próximo e concordante com o que ele queria para o nosso País.” E afirmou: “É um apostolado que tem de passar para lá do próprio Museu Bernardino Machado, para exportar as ideias do patrono, sem propriamente ser uma identificação paroquial, mas pelo facto das suas ideias terem actualidade.”

A publicação que pretende ser também uma forma de divulgar a vida, a obra e o pensamento de uma figura ligada a Famalicão, está dividido nos seguintes temas: A Liberdade é Tudo, Revolta Académica, Regicídio, Contra o Franquismo, Contra os Governos Clericais e Liberticidas de D. Manuel II, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro de Portugal no Brasil, Chefe do V Governo Constitucional, Contra a Ditadura de Pimenta de Castro, Presidência da República (1915-1917), Contra o Sidonismo, Chefe do Governo (1921), Contra as Ditaduras Provisórias e Presidente da República (1925-1926).

Profusamente ilustrado, o catálogo reproduz muita da iconografia republicana que tornou famosa a figura de pêra e fartos bigodes brancos. Inclui ainda extractos de alguns dos textos mais importantes de Bernardino Machado e uma introdução do historiador Norberto Cunha que traça o percurso político de Bernardino Machado, "De liberal (monárquico) a republicano".

E é este liberalismo que funda as convicções de Bernardino Machado, como Norberto Cunha chama a atenção, desde logo nas suas "Cartas d'um Pai" (1936 -1903): "Repudiará qualquer ditadura (.), considera os partidos monárquicos e o Rei, incapazes de se regenerarem e devolverem ao país, o seu lastro liberal, critica as cumplicidades do 'aparelho' do Partido Republicano (mas não a doutrina republicana) com os poderes fácticos, insurge-se contra o centralismo, as oligarquias, a plutocracia e os monopólios, defende as classes laboriosas, o sufrágio universal, governos genuinamente representativos da vontade popular e a socialização da riqueza, pelo combate ao absentismo, pela multiplicação da propriedade e pelo cooperativismo".
Do Portal da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão - http://www.vilanovadefamalicao.org/ - Ver também o blogue do Dr. Amadeu Gonçalves - "dopresente" - http://dopresente.blogspot.com/

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