sábado, 19 de março de 2011





Sobre a instituição - "O Vintém Preventivo", recolhi alguns elementos, para poder responder às perguntas da Rita e assim tentar esclarece-la.
"O Vintém Preventivo" foi uma instituição republicana, surgida após o 5 de Outubro, na continuação de "O Vintém das Escolas", associação fundada em 1901, com o objectivo de "combater a escola clerical por meio da escola secular", e cujo nome provinha da quantia uniforme de 20 réis (um vintém) que se pedia pela venda do jornal com o mesmo nome.
No "Dicionário de Maçonaria Portuguesa", de Oliveira Marques, as duas instituições são referidas como sinónimas.
A Associação ou Junta "O Vintém Preventivo" teve um papel importante nos primeiros anos da República, como instituição de apoio à educação e assistência (creches e asilos), além da sua actuação politico-cultural (Museu da República).
A Direcção de "O Vintém Preventivo" era composta por 5 membros pertencentes ao Directório do Partido Republicano e por 5 comerciantes.



Do "Dicionário de Maçonaria Portuguesa": -










Da "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira": -







Dos periódicos da época - "A Capital" ,"Ocidente" e "Ilustração Portuguesa": -







































Ilustração Portuguesa, nº 248 de 1910 - A Comissão de "O Vintém Preventivo": Henrique Guilherme de Sousa, administrador do 4º bairro e Celestino Stefanini.









Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo: -

Arquivo das Congregações

..."Em 1910, por Decreto de 8 de Outubro, foram extintas as Congregações Religiosas, passando os seus bens, móveis e imóveis, para a posse do Estado. Ainda no mês de Outubro, o ministro da Justiça, Dr. Afonso Costa, cedeu ao asilo de órfãos "Vintém Preventivo" as casas religiosas situadas na rua do Quelhas e na Calçada da Estrela (Francesinhas) frente ao Palácio das Cortes, para instalar dois asilos, um para meninas e outro para meninos pobres, em particular filhos de revolucionários mortos ou prejudicados na revolução de 5 de Outubro. A casa da Calçada Estrela foi posteriormente cedida ao Instituto Industrial, pelo Dr. Brito Camacho, ministro do Fomento. O "Vintém Preventivo" passou para o Convento das Trinas. Mais tarde o Dr. Afonso Costa e o Sr. Manuel Borges Grainha, vogal da Comissão Jurisdicional dos Bens das Extintas Congregações Religiosas, encarregado pelo ministro de coleccionar e estudar os documentos deixados nas casas dos Jesuítas e de outras congregações, em visita feita ao Colégio de Campolide e à residência do Quelhas, encontrou reunidos diversos objectos e documentos que deviam ser conservados num museu. Por acordo com o director do "Vintém Preventivo", Dr. Guilherme de Sousa, foi decidido ceder-lhe o Convento das Trinas e o Colégio das Doroteias na Rua do Quelhas 6 A, ficando a residência dos Jesuítas na Rua do Quelhas n.º 6, destinada ao Museu dos Jesuítas e da Revolução. Em 1911, a 8 de Setembro, este acordo recebeu aprovação unânime da Comissão Jurisdicional dos Bens das Extintas Congregações Religiosas. Desde Junho desse ano, entraram várias remessas de livros, manuscritos e objectos, estátuas, retábulos, quadros, móveis do Colégio de Campolide e de outras casas congreganistas, acondicionados em "embrulhos, caixotes, malas, cestos, transportados em carroças", para o edifício da rua do Quelhas n.º 6, ficando à guarda do vogal da Comissão. O Museu dos Jesuítas e da Revolução partilhou as instalações até ao final de 1912 com o asilo masculino do "Vintém Preventivo". O museu contou ainda com o espaço da biblioteca e da igreja da antiga residência dos Jesuítas. Desta forma se procurou evitar a dispersão do espólio das instituições extintas com o objectivo de promover a educação popular, concretizados na organização do museu e da biblioteca, e promover a "história completa, exacta e documentada" da actividade das congregações e da sua influência em Portugal"...



1 comentário:

Unknown disse...

obrigada pai!!!! bjs