domingo, 31 de outubro de 2010







Para o Professor Doutor Norberto Cunha, Coordenador Científico do Museu Bernardino Machado, com saudações cordiais!

Recordando a sua intervenção "Bloquistas e Democráticos (1911-1913)" no ciclo de conferências "História e Historiografia da 1ª República", integrado no "Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal", que decorreu entre os dias 4 e 7 de Julho passados no Centro de Congressos de Lisboa (Junqueira).

Para ouvir a conferência clicar sobre o endereço:

http://www.cvtv.pt/imagens/index.asp?id_video=869&id_tag=134







sexta-feira, 29 de outubro de 2010



Transcrevemos, com a devida vénia, o texto do Professor Doutor Amadeu Carvalho Homem, retirado do blogue "Livre e Humano":


BERNARDINO MACHADO, INIMIGO DAS DITADURAS

Bernardino Luís Machado Guimarães foi o mais completo exemplo do homem civilizado, do político patriota e do pedagogo incansável. Ficou lendária a sua bonomia e esmeradíssima educação. A sua eloquente chapelada tanto saudava o Par do Reino como o mais obscuro cavador de enxada. No decurso de um longo exercício de vida pública, nem uma só vez curvou a vontade da sua razão à força bruta das ditaduras. Deixou ao seu país, como professor universitário, uma obra distinta e memorável.

Nascido no Brasil no seio de uma família aristocrática, ingressaria na Universidade de Coimbra em 1866, depois de ter feito os estudos preliminares no Porto. A sua geração académica sucederia imediatamente à de Antero de Quental e Teófilo Braga, assumindo a responsabilidade, com os seus condiscípulos e colegas desse tempo, de render a mais célebre tertúlia estudantil alguma vez acolhida pela serena cidade do Mondego.

A primeira parte da sua vida iria ser inteiramente dedicada à causa da educação. Doutorou-se em Filosofia Natural cerca de dez anos após o ingresso na Universidade, defendendo a tese Dedução das leis dos pequenos movimentos periódicos da força elástica. Passado algum tempo, vemo-lo, como lente catedrático de Filosofia, completamente devotado às tarefas da investigação e do ensino. O seu método científico diferiu saudavelmente, pela prática de um experimentalismo excepcional, da tradição retórica e medievalizante que se instalara na Universidade, mesmo em Faculdades que pretendiam cultivar saberes de exactidão. O Partido Regenerador fê-lo deputado. A sua voz ergueu-se na câmara baixa do Parlamento para tratar dos mais variados aspectos concernentes à instrução pública. Pugnou pela organização do Conselho Superior da Instrução Pública e conseguiu que ele fosse criado; reivindicou para Portugal um Ministério da Instrução Pública, que chegou a existir, embora efemeramente; impulsionou a Academia de Estudos Livres e contribuiu para a pôr ao serviço daqueles que não tinham podido fazer estudos superiores com regularidade. A devoção de Bernardino Machado a tão meritórias causas foi reconhecida quando os seus colegas catedráticos o elegeram, em 1890, Par do Reino, como representante da Universidade.
Mas 1890 foi o ano do Ultimato. Os seus efeitos contribuíram para arrefecer muitas dedicações monárquicas e há todas as razões para supor que Bernardino Machado não tenha escapado a tal erosão de crenças. Era ele encarado, pela vox populi de então, como um homem íntegro e de impecável reputação, repartindo entre as exigências da profissão e o lar feliz, ninho de uma numerosa prole, o melhor dos seus talentos e afeições. Quando se constituiu, em 1893, o gabinete regenerador chefiado por Hintze Ribeiro, tendo João Franco na pasta do Reino, Bernardino Machado foi chamado para as Obras Públicas. A sua probidade, a honradez da sua imagem, associada à boa reputação de Augusto Fuschini, davam a tal elenco governativo o desejado lustre de equilíbrio e de moderação liberal. Porém, os sequazes do cesarismo régio viriam a conseguir que o ministério inflectisse para uma recomposição de sentido autoritário, a qual se consumou quando Bernardino e Fuschini foram sumariamente derribados. Bernardino Machado retirou do episódio as devidas consequências, abandonando o Partido Regenerador. Voltou à sua Universidade para fazer singrar os estudos de Antropologia, cadeira por si planeada, e para criar nela um maravilhoso museu antropológico. As convulsões e controvérsias em que os partidos monárquicos continuaram a perseverar, bem como a reiterada desorientação das mais diversas instituições do regime, levaram Bernardino Machado a aderir de alma e coração ao Partido Republicano. Nos primeiros anos do século XX iremos vê-lo como uma das figuras cimeiras do Directório republicano e até como um dos seus mais escutados mentores ideológicos.

Em 1907 estala a crise académica em Coimbra, após a reprovação por unanimidade do candidato ao grau de doutoramento José Eugénio Ferreira, que dedicara a sua tese a Teófilo Braga, malquisto no Paço das Escolas pelo seu positivismo teórico, pela crítica que deixara escrita na História da Universidade de Coimbra e pela sua militância revolucionária. Os estudantes declararam a greve académica e João Franco irá responder com o encerramento da Universidade e com o levantamento de processos aos chefes estudantis, seguidos de numerosas sentenças de expulsão. A resposta de Bernardino Machado aos acontecimentos foi das mais eloquentes. Declarou que se excluía do magistério universitário e que só a ele regressaria quando todos os réus fossem declarados inocentes. A partir deste momento, a sua acção funde-se inteiramente com os visos do republicanismo português.
A segunda parte da vida de Bernardino Machado inicia-se, em nosso entender, com a revolução de 5 de Outubro de 1910. Teófilo Braga ocupara o lugar de presidente do governo provisório da República, mas era forçoso que fosse votado subsequentemente um Presidente para gerir, ao mais alto nível, os destinos do novo regime. Teófilo Braga e Afonso Costa, este último chefe do chamado Partido Democrático, bateram-se pela eleição de Bernardino Machado. António José de Almeida e Brito Camacho, temerosos da força dos “democráticos”, fundiram-se num “bloco” e conseguiram o triunfo eleitoral de Manuel de Arriaga. Este desaire não interrompeu a sua vida política. Ele será o nosso primeiro embaixador junto do governo brasileiro. Em 1914, pretendendo obter-se alguma acalmia entre as forças partidárias existentes, Bernardino passou a chefiar um governo de conotação menos rígida, ao qual competiu a primeira reacção às enormes repercussões que a primeira grande guerra desencadeou no contexto europeu e no plano nacional. Mas seria no plano da reacção às vertigens ditatoriais anti-republicanas que Bernardino alcançaria o seu protagonismo mais notável. Assim, agirá energicamente em 1915 contra a ditadura de Pimenta de Castro, patrocinada por Manuel de Arriaga, vindo e rendê-lo na mais alta magistratura da Nação, em Agosto desse mesmo ano. Seria deposto em Dezembro de 1917 por Sidónio Pais, trânsfuga da República e traidor confesso dos ideias que num passado próximo dissera abraçar. Bernardino Machado jamais aceitou esta usurpação de funções, vendo nela uma simples violência anti-constitucional. Considerou-se o verdadeiro e único Presidente da República, mesmo contra a opinião e a prática de outros republicanos mais transigentes. Por isso, quando voltou ao cargo, em Dezembro de 1925, na continuidade da renúncia de tais funções pelo presidente Manuel Teixeira Gomes, Bernardino Machado considerou que Portugal regressava finalmente ao veio da normalidade constitucional, finalmente reposta. Será novamente privado do seu cargo pela revolução militarista de 28 de Maio de 1926. Transigiu então em entregar o poder ao capitão-de-mar-e-guerra Mendes Cabeçada, porque o tinha na conta de sincero republicano e o julgava capaz de repor, tão rapidamente quanto possível, a autenticidade cívica, ética e política do regime. Mesmo no exílio, não perdeu uma oportunidade para mover à ditadura militar e depois ao Estado Novo salazarista a mais irredutível resistência. Ao morrer em 1944, em Portugal, mas com residência fixa e vida pessoal rigorosamente vigiada pela polícia política, o país talvez não tenha sabido que se finava um dos mais dignos lutadores pela Liberdade e pela Democracia. É indispensável que isto hoje seja sabido e sublinhado. Tiremos o nosso chapéu à memória de Bernardino Machado, com a mesma cortesia com que ele saudava os portugueses do seu tempo, fossem eles quem fossem, do médico ao trolha, do professor ao agricultor, do carpinteiro ao funcionário público.



quinta-feira, 28 de outubro de 2010



A Biblioteca Nacional de Portugal editou nas Colecções Digitalizadas o "Archivo Democrático" - Prop. Victor de Sousa - Direcção Feio Terenas - (Ag. 1907/Out. 1911)

O nº 2 de Setembro de 1907 é dedicado a Bernardino Machado







quarta-feira, 27 de outubro de 2010




A Freguesia da Quinta do Conde (Concelho de Sesimbra) comemorou, no passado dia 9, os 25 anos de existência, numa Sessão Solene organizada pela Junta de Freguesia, presidida pelo Senhor Vitor Antunes.
A sessão celebrou conjuntamente o Centenário da Implantação da República, tendo sido convidados dois netos de Bernardino Machado e um bisneto, que receberam uma placa evocativa para ser depositada no Museu Bernardino Machado de Vila Nova de Famalicão.
A sessão decorreu com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Arq. Augusto Manuel Carapinha Pólvora, do Presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Senhor Vitor Antunes, e de muitos Autarcas do Concelho, tendo sido pronunciadas conferências pelo Dr. João Aldeia e Mestre Luís Ferreira subordinadas ao tema "A implantação da República e o Poder Local", e actuado o Grupo de Danças Antigas "Condes de Sesimbra".
Ficou registada a gratidão da Família de Bernardino Machado e expressos os votos de felicitações pela intensa obra autárquica que vem sendo realizada.




Da esq. para a dir. - José Peres Machado (sobrinho), Augusto Manuel Pólvora, José Peres Machado, Manuel Machado Sá Marques e Vitor Antunes



No Centenário da Implantação da
República Portuguesa, a Quinta do Conde
Honra a memória do Senhor Presidente
Bernardino Machado.
Honra e gratidão eternas.
Quinta do Conde, 9 de Outubro de 2010

Manuel Machado Sá Marques e José Peres Machado
agradecendo a homenagem a seu Avô Bernardino Machado

Os descendentes do Presidente Bernardino Machado com os Autarcas

Grupo de Danças Antigas "Condes de Sesimbra" (Quinta do Conde)



terça-feira, 26 de outubro de 2010

Catálogo da Exposição
"Percursos, Conquistas e Derrotas das Mulheres na 1ª República"








segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Almoço das 2ª feiras no Pátio Alfacinha


Da esq. para a dir. - Fernando Parada, Manuel Variz, Rita Sá-Marques, Fátima Valente e Emílio Ricon Peres


Quando o Dr. Emílio Ricon Peres aparece nos almoços de 2ª feira no Pátio Alfacinha, revela-nos sempre uma preciosidade da sua enorme colecção de livros, manuscritos e objectos relacionados com a República. Penso que deve ter um dos maiores espólios para os estudiosos da Iª República. Hoje emprestou-me um escrito do Professor Doutor Barbosa Sueiro, que saudosamente recordámos, intitulado "Relíquia da Grande Guerra", com desenhos de Saavedra Machado. Datado de 1940, o texto já corrigido, devia estar pronto para ser impresso.
Não conseguirá o Dr. Ricon Peres a impressão desta obra de Barbosa Sueiro?







domingo, 24 de outubro de 2010


Do Portal do Ministério da Justiça:





Bernardino Luís Machado Guimarães - 28 de Março de 1851/29 de Abril de 1944

II, IX Mandatos : (14 de Março de 1911 – Junho de 1911, Interino) e (23 de Junho de 1914 – 23 de Julho de 1914, Interino)

​Bernardino Luís Machado Guimarães nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Março de 1851 e morreu no Porto em 29 de Abril de 1944. Doutor em Ciências (Filosofia Natural) pela Universidade de Coimbra, onde foi professor. Autor de vasta obra académica, científica e de combate político-social. Deputado, ministro da Coroa, aderiu à causa republicana antes de 1910.
Após o 5 de Outubro, desempenhou funções como Ministro dos Negócios Estrangeiros (1910-1911), deputado, embaixador (1913), Ministro do Interior (1914; 1921) e Chefe de Governo (1914; 1921). Sendo Chefe do Governo, teve de assegurar interinamente a pasta da Justiça, quando o Ministro Manuel Rodrigues Monteiro se demitiu. Presidente da República por duas vezes (1915-1917; 1925-1926), viu o segundo mandato interrompido pelo 28 de Maio.
Tendo substituído interinamente o Ministro da Justiça Afonso Costa, procurou apaziguar as relações institucionais entre o Ministério e a judicatura, agitadas pela decisão de transferir para fora do Continente vários desembargadores da Relação de Lisboa. Similar esforço desenvolveu no domínio da política de cultos.





Diário de Notícias - Out. de 1983

sábado, 23 de outubro de 2010


Transcrevo mais seis páginas do livro que Bernardino Machado escreveu no início do segundo exílio:

Para ler o texto clicar por duas vezes sobre a imagem.






Li com agrado, na revista NS' de hoje, o texto de António Mega Ferreira, que digitalizo, com a devida vénia.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Clicar sobre a imagem, por duas vezes




quinta-feira, 21 de outubro de 2010



Bernardino Machado e a Universidade de Coimbra





quarta-feira, 20 de outubro de 2010



Recordação de José Branco Rodrigues


Do espólio que a Família Machado Sá Marques entregou à Fundação Mário Soares faz parte um desenho feito por José Branco Rodrigues, quando andava no Liceu, nos seus 15 anos de idade. Foi oferecido a minha irmã Manuela, numa das visitas que periodicamente lhe fazia. Bom e querido Amigo da Família, era com meu irmão José que tinha maior convívio, com quem criou uma grande e cordial amizade.
Foi só depois do 25 de Abril que passei a encontrar-me com mais assiduidade e tempo com o Branco Rodrigues e a usufruir da sua inesquecível e riquíssima amizade. Deixou-nos há 2 anos! Desejo recordá-lo transcrevendo o texto escrito por um amigo comum, o Vieira de Sá, cidadão exemplar como o Branco Rodrigues.


Transcrevo o texto que o Vieira de Sá escreveu, no seu blogue (http://fvieiradesa.blogspot.com/), quando do falecimento do Branco Rodrigues, em 2008, com um apertado abraço de grande amizade e gratidão.

"A morte de Branco Rodrigues exerceu em mim uma sensação que nunca tinha experimentado e que se enraíza numa profunda ideia de irmandade que vem de um tempo em que, com epicentro na Europa mas com réplicas em todo o mundo, deflagrou a I Guerra Mundial.
Branco Rodrigues nasceu em 1912. Eu nasci em 1914, tempo de gestação e eclosão do grande conflito bélico (1914-1918), donde nasceria uma sociedade que alterou organicamente o statu quo ante da vida e, seguramente, actuou sobre as famílias e todo o evolutivo pensamento de que os recentes nascituros serviram de cobaias das recém-implantadas vivências.
Sem nos darmos conta disso, a verdade é que, com o desaparecimento de Branco Rodrigues, pela primeira vez senti que, afinal, o nosso encontro e conhecimento, dir-se-ia, recente, evoluiu instintivamente assente em uma aproximação oculta e temporal que agora, com a sua morte, senti que alguma coisa do meu estar alterou os estímulos da memória, dando-me a sensação de ter perdido alguém que, para mim, sem me dar conta, era tanto, como um amigo de vivências paralelas. Éramos, por assim dizer, produtos gémeos face ao alvor de uma novelíssima Nova Era nascida connosco, fazendo parte de nós.
Agora, neste particular aspecto e sem referência à época comum que nos assistiu à nascença, fiquei só, como relíquia desse mundo que nos ia formar. Nunca pensei que a sua falta neste mundo me tivesse atingido tanto por tal ausência. E, no entanto, vivemos dezenas e dezenas de anos, dir-se-ia, quase toda a vida sem nada sabermos um do outro, pois só nos vimos pela primeira vez em casa de Mário Neves [1912-1999], nascido também em 1912, um grande amigo comum, quando este caiu numa cadeira inutilizado pela doença que se arrastou fatidicamente, cumprindo a sentença de prisão perpétua que lhe calhou por acasos da existência. E nós, eu e Branco Rodrigues, cumprindo uma dívida que a amizade e o dever facultativo impõem, aí íamos fazer-lhe companhia com grande frequência, alimentando sempre uma conversa animada, esquecendo as circunstâncias que se esqueciam. Pois foi aí que de jure et de facto nos conhecemos, afinal somente quando a idade, já sem idade, nos começava a rondar a porta e nós a bater-lhe com ela na cara.
Mário Neves faleceu e nós continuámos a nossa relação, que já não tinha retorno, encontrando-nos frequentemente, incluso em Sesimbra, onde eu e Maria Elvira [1917-1999] recebíamos amigos em dias de fraternidade, o que ainda hoje faz presença na memória e na saudade, mas já com muitas baixas. O cerco aperta-se...
Mais recentemente os nossos encontros e conversas eram somente telefónicos. As circunstâncias iam-nos restringindo os espaços de manobra, ficando-nos como modesto recurso os telefonemas diários para uma saudação e já isso era um apego a todo o nosso passado de relação de amizade. A falta desse contacto diário atingiu-me, como não me passaria pela cabeça atingir os meus tempos de ocupação mental e refrescamento pela voz e pela banal notícia de «nada de novo», ajudando-nos a existir.
Branco Rodrigues era um homem especial. Vivia mais para os amigos do que para si mesmo. Era pessoa que se dedicava intensamente aos amigos, sempre atento aos aniversários, às homenagens em vida e na morte, intervindo nas celebrações de tudo o que enaltecesse alguém que o merecesse. Lembro aqui, e registo, a grande preocupação de Branco Rodrigues, desde há um ano, com a celebração do centenário do general Vasco Gonçalves [1921-2005] com o seu receio de que caia no esquecimento ou menor relevo por falta da devida antecipação na sua organização. Por isso desunhava-se em contactos, prevendo que ele poderia não estar já vivo para agitar, para dar o seu contributo e pedir o de outros. Esta seria a mais sublime homenagem a Branco Rodrigues, que, levando-a a cabo, seria sem dúvida alguma uma dupla homenagem.
Tudo isto aqui escrito lembra e homenageia Branco Rodrigues, um homem modesto, só pensando nos outros, fossem eles vivos ou mortos. A sua figura esfumava-se com total discrição. Quem lhe quisesse falar em qualquer celebração, por exemplo, teria de ir à última fila, onde o encontraria silencioso e apagado, mas sempre atento a tudo.
É com saudade e respeito que dedico estas palavras à sua memória.
Fernando Vieira de Sá
Lisboa, 26 de Outubro de 2008 "