quinta-feira, 5 de agosto de 2010




A Póvoa do Varzim e as comemorações do centenário da República

A Senhora Engenheira Emília Nóvoa Faria, distinta povoense, teve a gentil lembrança de publicar no "O Comércio da Póvoa do Varzim" o depoimento sobre meu Avô Bernardino Machado e o seu último manifesto político.
A minha gratidão à Direcção do jornal e aos autores das páginas de "Memória".


Têm sido várias as manifestações realizadas naquela cidade, de que destacamos a recriação histórica da Proclamação da República:



Viva a República! - quase 100 anos depois, a Festa da Implantação da República voltou à Póvoa

No dia 29 de Maio passado, a Póvoa de Varzim recuou até ao dia 5 de Outubro de 1910 para fazer a recriação histórica da Proclamação da República. Centenas de pessoas participaram nesta iniciativa que incluiu música, teatro, uma feira e momentos de verdadeiro patriotismo.
Logo pela manhã uma Feira Tradicional assentou arraiais na Praça do Almada. Produtos hortícolas, doçaria ou artesanato poveiro eram algumas das ofertas neste mercado. À tarde, chegou a Banda Musical. A sua música chamou cada vez mais gente – os figurantes, centenas, representando os momentos que antecederam a Proclamação da República, o público, às centenas também, que ia recebendo toda a programação do evento pelas mãos dos ardinas, que distribuíam os folhetos informativos como se fossem jornais, com pregões à mistura.
Junto à estátua de Eça de Queirós um palco recebeu ilustres poveiros como António dos Santos Graça, David Alves, Vasques Calafate, José António Castro Alves (Secretário da Câmara), Patrão Sérgio, Patrão Lagoa, entre outros, encarnados por alunos do Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio, que assim apresentaram a peça de teatro “Tertúlia”.
Dali, e de novo ao som da Banda Musical, o cortejo seguiu até à Casa da República, hoje A Filantrópica, onde poesia revolucionária, ainda que com um toque de modernismo, foi lida pelos “Trup”, antecedendo o hastear da Bandeira Republicana. No Largo de Santiago, hoje Largo da República, crianças recriaram jogos tradicionais, como o jogo da péla, minimamente dificultados pelas saias compridas das meninas, ajustadas com as sacas de serapilheira que usavam para ir à escola, e pela falta de sapatos em alguns pés, já que os sapatos eram, na altura, luxo de apenas alguns.
De novo em direcção à Praça do Almada, a Banda Musical, composta por alunos da Escola de Música da Póvoa de Varzim, parou em frente à Câmara Municipal. Uma multidão começou a juntar-se à medida que o grande momento se aproximava – a Proclamação da República. E eis que se ouve uma voz e é lido, a partir do documento original guardado no Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim, o Auto da Proclamação da República. Na altura, este documento foi proferido pelo Secretário da Câmara José António Castro Alves e assinado tanto pelo Presidente da Câmara, David Alves, como pelo Administrador Sousa Campos. No final, vivas à República, lenços verdes e vermelhos a esvoaçar e é finalmente entoada “A Portuguesa”, com a participação do Coro da Escola Secundária Rocha Peixoto. Lá no cimo, na varanda, a bandeira da Carbonária é de novo desfraldada.
Depois, 1910 e 2010 reencontram-se. O grupo de Danças Urbanas da Escola Secundária Rocha Peixoto traz as sonoridades modernas para fazer a dança “As Bandeiras”. Momento verdadeiramente simbólico, em que a Bandeira Nacional se ergueu bem alto, pano de fundo mais do que idílico para a Largada de Pombos que colocou um ponto final nesta recriação da proclamação da República na Póvoa de Varzim.
Organizada pela Câmara Municipal, que assim se associa às comemorações que têm lugar a nível nacional, esta recriação contou com a colaboração dos Agrupamentos Verticais de Escolas Cego do Maio, Dr. Flávio Gonçalves, Aver-o-Mar, Beiriz e Rates, Escola Secundária Rocha Peixoto, Escola de Música da Póvoa de Varzim e A Filantrópica – Cooperativa de Cultura, CRL.
Notícia retirada de "metronews"


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