segunda-feira, 5 de julho de 2010






Rogério Fernandes na Biblioteca Nacional de Portugal



Biblioteca Nacional de Portugal
Serviço de Actividades Culturais
Campo Grande, 83
1749-081 Lisboa
Portugal

Rogério Fernandes (1933-2010)
MOSTRA 22 de Junho - 17 Julho Sala de Referência Entrada livre

Licenciado em Histórico-Filosóficas, Rogério Fernandes distinguiu-se como historiador da educação portuguesa, subscrevendo ensaios acerca de notórios pedagogos, contando-se entre eles, Trindade Coelho, D. Duarte, Bernardino Machado, Mousinho de Albuquerque, João de Barros e António Sérgio. Equacionou, por outro lado, com o rigor que o caracterizava, a educação de adultos, a génese e evolução da Universidade Livre, o ensino das primeiras letras, a instrução durante a primeira República e o estatuto da infância através dos tempos.
Na década de sessenta, destacou-se ao leme da Seara Nova. Em primeiro lugar, coadjuvando Augusto Casimiro, na sequência do falecimento, durante a campanha eleitoral de 1961, de Luís da Câmara Reis; mais tarde, em 1967, como director da revista. Caracterizava-se aquele prestigiado periódico por uma intensa actividade cultural e pela impugnação do Estado Novo, nas suas múltiplas vertentes: guerra colonial, ausência de liberdade de associação e de expressão, existência de uma polícia política e de uma oligarquia financeira. Tal como aconteceu com intelectuais da craveira de Ruy Luís Gomes, Mário de Azevedo Gomes e Bento de Jesus Caraça, Rogério Fernandes viu-se condenado ao ostracismo, vivendo então de explicações, do jornalismo – foi redactor de A Capital – e de traduções de autores como Bertrand Russell, Aldous Huxley, Mircea Eliade, Jean-Jacques Rousseau e Marat.
Na sequência do 25 de Abril, a sua investigação foi acompanhada por uma praxis que se revelou vital para a aplicação de uma política educativa direccionada para a competência científica, o desenvolvimento da personalidade e a consciência dos direitos humanos. Neste contexto, foi, de 1974 a 1976, a convite do ministro da Educação, Vitorino Magalhães Godinho, director-geral do Ensino Básico.
A sua carreira de docente na Faculdade de Psicologia revelou a sua invulgar capacidade comunicativa e a sua motivação para a transmissão de conhecimentos. Note-se, por outro lado, os seus esforços no sentido de fundar um museu da educação no Porto, iniciativa que se gorou devido à insensibilidade institucional.

Daniel Pires




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