Manifestos Políticos de Bernardino Machado
Temos vindo a reproduzir os Manifestos Políticos de Bernardino Machado, escritos entre 1927 e 1940. Embora já editados, achámos justificada a reimpressão por possuirmos os originais corrigidos.
Do extenso manifesto "O Militarismo", escrito logo após o começo do exílio, só vamos digitalizar as primeiras e últimas das 155 páginas. Mas, por considerarmos este manifesto um contributo indispensável para a compreensão do aparecimento da ditadura, estamos disponíveis para enviar fotocópia do livro a quem o desejar; basta que nos envie o seu pedido, por correio electrónico manuelsamarques@sapo.pt.
"O Militarismo" foi escrito e editado, não em Cambô-les-Bans, como é referido na obra de A. H. Oliveira Marques, mas na Corunha, de onde Bernardino Machado se retirou pouco tempo depois da impressão do livro, após "pressões" do governo ditatorial de Primo de Rivera. Como os exemplares oferecidos a familiares e amigos, foram enviados pelo correio, já quando Bernardino Machado tinha saído da Corunha, a dedicatória é escrita e datada de Cambô, o que teria originado aquela referência de Oliveira Marques.
No trabalho apresentado no Seminário de Estudos Galegos - Santiago de Compostela - Conselho de Cultura Galega (2007), intitulado "Ánxel Casal - Um Editor por un país - Catálogos da Lar e Nós", coordenado por Alfonso Mato, é citado o livro: "O Militarismo/Bernardino Machado - (A Cruña - Lar) - 1927".
Aliás, Álvaro de las Casas conta-nos no jornal "El Pueblo Gallego" de 21 de Setembro de 1934, a entrevista que fez ao editor e político galego: "Recuerdo ahora - dice Casal - una tarde en que nos apareció por alli don Bernardino Machado con Villar Ponte, Cebreiro y Fernando Osório. Queria que le editásemos su obra "O Militarismo" que nadie se atrevia a imprimir. Corrimos gozosos la aventura, el libro fue impresso a espaldas de la policia e introducida toda la edición en Portugal."
No "Portal Galego da Língua", de 15 de Maio de 2006, podemos ler o artigo "De cãnones e canões: Lugrís, Cebreiro e Bernardino Machado con Fernando Osório ao fundo", onde se diz: "O Militarismo é um livro de coleccionista. Não só pola qualidade e autoridade moraldo autor, senão pola indubitável fasquia da impressão de Casal. Tiragem (feita em plena ditadura de Primo de Rivera, e sob controlo policial) de um volume político redigido em português. A que seguiu uma aventura clandestina, em que estãoenvoltos destacados vultos do galeguismo e da oposição democrática portuguesa com aue se passou em contrabando o livro para Portugal. Se na impressão estiveram implicados Carré, Casal, Cebreiro Vilar Ponte e Fernando Osório, no traslado e escamoteio fronteiriço andaram (como já narrou Antón Capelán) Blanco Torres e o mesmíssimo Manoel António, como piloto da embarcação que passou os pacotes."
É neste artigo do "Portal Galego da Língua" que vem uma fotografia onde Bernardino Machado tem ao seu lado direito, a contar da esquerda, as filhas Jerónima e Elzira, Cebreiro e Vilar Ponte.
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