Desde que se desencadeou o levantamento militar em 5 de Dezembro de 1917, o Presidente Bernardino Machado actuou, e tudo fez, dentro dos princípios constitucionais, para resolver a insubordinação chefiada pelo major Sidónio Pais.
Aceitou a exoneração do Governo e consultou os Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, bem como os chefes dos partidos democrático e evolucionista, sobre constituição dum ministério unionista. Nunca poderia aceitar a imposição dos revoltosos, entregando o poder a Sidónio Pais.
Como as forças militares governamentais foram vencidas, todas as tentativas constitucionais de Bernardino Machado foram infrutíferas..
No dia 7, depois da derrota no Rato das forças fieis ao Governo, os acontecimentos políticos intensificam-se. No início da noite Norton de Matos chega ao Palácio de Belem. O Presidente entra em contacto telefónico com Afonso Costa, já no Hotel do Porto, para onde se dirigiu, por conselho de Norton de Matos, quando regressou de Londres e Paris. É redigida uma nota sobre a decisão, então tomada, da exoneração do Governo, que é distribuida à imprensa algumas horas depois. Neste mesmo dia, cerca da meia noite, é recebido na Presidência um telefonema do Dr. João de Menezes, solicitando ser recebido, com o inspector Afonso Dornelas, em audiência. Ambos pressionaram o Presidente para que chamasse Sidónio Pais para constituir ministério.
No dia 8, Norton de Matos, que pernoitou no Palácio de Belem, saiu à tarde, de automóvel. para o cais de Belem, donde uma lancha a vapor o conduziu para o navio inglês, Woodnut. O Presidente efectuou neste dia diversas diligências para obter uma plataforma política. Foi neste dia que recebeu Feliciano da Costa, o enviado do major Sidónio Pais.
No dia 9, o Presidente recebe 4 oficiais -Capitão Cameira, Tenente Teophilo Duarte, Tenente Guimarães e Alferes Santos Ferreira, que lhe entregam uma carta da Junta Revolucionária, assinada por Sidónio Pais, convidando-o a resignar. Esta carta foi redigida pelo Drs. Betencourt Rodrigues e Fidelino Figueiredo. O Presidente algum tempo depois entregou a sua resposta.
Já de madrugada, no dia 10, os mesmos oficiais regressaram ao Palácio de Belem, informando o Presidente da República da sua prisão e cerco do edifício.
Só no dia 15 de Dezembro, no inicio da tarde, Bernardino Machado sai do Palácio para o exílio.
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