domingo, 28 de fevereiro de 2010






O CONGRESSO REPUBLICANO DE SETÚBAL - 1909


Lopes d'Oliveira escreveu no seu livro "História da República Portuguesa - A Propaganda na Monarquia Constitucional":

<< O Partido Republicano realizara o seu congresso anual, em Setúbal, nos dias 23 e 24 de Abril. A sua primeira resolução foi a de suscitar um grande movimento nacional contra o convénio com o Transvaal.
Na assembleia encontrava-se representada a Liga das Mulheres Republicanas, fundada em Agosto de 1908, que enviou uma saudação assinada por Ana de Castro Osório, (a ilustre escritora pronunciou um vibrante discurso), Rita Machado, Adelaide Cabette, Carolina Beatriz Angelo e Filomena Costa.
O Congresso de Setúbal destinava-se, sobretudo, a decidir da orientação do Partido, quanto à intervenção do Directório nos trabalhos conspiratórios; era evidente que Afonso Costa, António José de Almeida e João Chagas actuavam no sentido de os apressar, e entendiam necessário eleger, para esse alto corpo dirigente, pessoas integradas na organização revolucionária - um verdadeiro comité de insurreição. Bernardino Machado, no dia 21, no centro de S. Carlos, manifestara-se contra essa corrente. - "O directório tem de ser um directório. Portanto devem estar nele os homens mais representativos do Partido. Só esses têm direito e autoridade para o dirigir. Nada de reproduzirmos no directório o dissolvente espectáculo monárquico de ministérios sem força governativa própria, porque não têm por si a opinião pública. O directório é para governar. Não podemos ter dois governos, um oficial, nominal, dentro do directório, outro oficioso, real, de fóra. Que nem um nem outro afinal governaria, e o resultado seria ficar o partido sem governo algum: todos a dirigirem-no, menos o directório."
Afonso Costa dissera, porém, a 13 de Abril: - "O primeiro e o mais importante do Congresso será a concentração e coesão de todas as forças partidárias para a preparação, tão próxima quanto possível, e tão reflectida e segura que não consinta surpresas, do inevitável movimento revolucionário, que há-de trazer a República."..."Nem é já possível voltar para traz."
No Congresso a luta estabeleu-se de modo que, a quem não conhecesse a causa profunda que a determinava, mais pareceria uma contenção entre homens, com ambições de predomínio, do que um choque de orientações, de táctica...Bernardino Machado foi o único dos membros do Directório cessante que manteve a doutrina democrática da livre eleição. Sempre a sustentou. Por isso alguns dirigiam contra ele quase doestos, como se a eliminação do seu prudente conselho, à frente do Partido, fosse necessária, nesse momento, para que o aceleramento da conspiração determinasse, temeráriamente, a eclosão revolucionária.
Benardino Machado chegou a dizer: - "Tenho sempre cumprido a missão de unir, de harmonizar os homens do Partido. E, às vezes, esses mesmo que procuro unir voltam-se contra mim. " Via contra si, e ao lado de Afonso Costa e António José de Almeida - Brito Camacho, França Borges, José Relvas, João Chagas, José de Abreu, Malva do Vale, Pereira Osório... E não era estranho que, ao passo que os do Porto se encontravam com Afonso Costa, os de Lisboa, a grande cidade revolucionária, em grande número, acompanhassem Bernardino Machado?!
O Congresso , finalmente, votou a não reeleição por 133 votos contra 131. Em seguida, foi eleito o novo Directório:
Efectivos - Teófilo Braga, Basílio Teles, José Relvas, José Cupertino Ribeiro e Eusébio Leão.
A massa do Partido mantinha-se na mais profunda solidariedade, e aos seus chefes era impossível dividirem-se: logo os vemos lançados nas lides tribunícias, em perfeito acordo, sob o comando espiritual de Bernardino Machado.>>


Noticiário do Congresso no diário "Vanguarda", dirigido por Magalhães Lima:









A intervenção de Bernardino Machado no dia 21 de Abril , feita no Centro Democrático de S. Carlos, de Lisboa











sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010




PORTUGAL NA GUERRA

No blogue de 3 de Setembro de 2009 referimos que a Hemeroteca Digital, da Câmara Municipal de Lisboa, disponibilizou os seis números da revista "Portugal na Guerra", que foi dirigida por Augusto Pina. Reproduzimos as capas e mais algumas páginas das revistas.


Clicar sobre as imagens




















quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010




PORTUGAL MARÍTIMO

Bernardino Machado esteve em Matosinhos, no Centro Republicano João Chagas, em 12 de Março de 1909, onde falou sobre o Portugal marítimo

"Matosinhos e a faina piscatória - Uma bela imagem da faina piscatória, na velha e já desaparecida lingueta." - Do Blogue "Matosinhos antigo", com a devida vénia



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010



Para a Catarina e o Miguel Urbano, amigos queridos.

Duas entrevistas a Bernardino Machado, por Urbano Rodrigues, redator do diário
"O Mundo"



>

Fotografia da redação do jornal "O Mundo", na Rua da Misericórdia (do Arquivo Municipal de Lisboa).

Urbano Rodigues (Serpa 1888 - Lisboa 1971), dramaturgo e romancista, aos 20 anos de idade era já Redactor do jornal republicano "O Mundo".


Para leitura dos textos, clicar sobre as imagens






terça-feira, 23 de fevereiro de 2010



CENTENÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
Museu Bernardino Machado

Entrevista ao Dr. Paulo Cunha, Vereador do Pelouro da Cultura da Camara Municipal de Vila Nova de Famalicão







MUSEU BERNARDINO MACHADO

Vila Nova de Famalicão




Bernardino Machado em casa do jornalista republicano espanhol Fernando Lozano, na sua passagem por Madrid, em Dezembro de 1917, a caminho do exílio em França



Bernardino Machado no seu exílio em Vigo ( 23 de Julho de 1932) na companhia de Amílcar de Barros Queirós, Aprígio Mafra e José Sarmento (da direita para a esquerda)


Bernardino Machado com o seu médico Professor Carlos Ramalhão no Hospital de S. Francisco, Porto - 1942



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010



Artigo publicado no Heraldo de Madrid, de 3 de Outubro de 1908, por D. Eugénio Lopez Aydillo, quando da estada de Bernardino Machado em Madrid, onde esteve presente no funeral de Nicolás Salmerón, político espanhol, Presidente do Poder Executivo da Primeira República Espanhola (1873), filósofo estudioso das teorias de Krause, que inspiraram a Institucion Libre de Enseñanza, de Giner de los Rios:

>

Bernardino Machado no enterro de Nicolás Salmerón, despedindo-se de Francisco Giner de los Rios(à dir.) e de Ricardo Rubio (à esq.), em Madrid - 1908
Fotografia retirada da "Fotobiografia de Bernardino Machado" - Edição do Museu Bernardino Machado


Para leitura, clicar sobre as imagens





domingo, 21 de fevereiro de 2010






MUSEU BERNARDINO MACHADO

Vila Nova de Famalicão




Ciclo de conferências "As grandes questões da I República"
26 de Fevereiro de 2010


Este ciclo de conferências insere-se no programa das Comemorações do Centenário da I República do Museu Bernardino Machado, que irá debater as grandes temáticas que marcaram o período da I República Portuguesa.

Tema: A I República e os militares, antes, durante e depois da Grande Guerra
Conferencista: Prof. Doutor Medeiros Ferreira
Data: 26 de Fevereiro de 2010
Local: Museu Bernardino Machado
Horário: 21h30
Ingresso: Entrada livre


Curriculum conferencista:

José Medeiros Ferreira

-Nasceu a 20 de Fevereiro de 1942;
-Oriundo da ilha de S.Miguel-Açores, onde fez os estudos primários e secundários;
-Dirigente estudantil na Universidade de Lisboa entre 1961 e 1965, ano em que a sua actividade contra o regime salazarista o levou à expulsão de todas as Universidades de Portugal;
-Candidato a deputado na lista da Oposição Democrática liderada por Mário Soares em 1965;
-Refugiado Político na Suiça entre 1968 e 1974;
-Foi docente na Universidade de Genebra de 1972 a 1974, tendo recebido o Prémio Gustave Ador de História daquela Universidade em 1972;
-Foi deputado constituinte em 1975, tendo sido eleito várias vezes deputado à Assembleia da República;
-Foi Secretário de Estado, e depois Ministro dos Negócios Estrangeiros, entre 1975 e 1977, sendo responsável pela rapidez do pedido de adesão de Portugal à então CEE, em Março de 1977;
-Foi Deputado ao Parlamento Europeu entre 1986 e 1989;
-É doutorado em História Política e Institucional Contemporânea, pela Universidade Nova de Lisboa, com uma tese sobre O Comportamento Político dos Militares (1992);
-É Professor Associado -aposentado- da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa;
-Actualmente é Presidente do Conselho Geral da Universidade Aberta.
- É autor de várias obras de História de Portugal, História das Relações Internacionais e de Estratégia, entre as quais:
- Estudos de Estratégia e Relações Internacionais, Imprensa Nacional, 1981:
- Um Século de Problemas - As relações Luso-Espanholas da União Ibérica à Comunidade Europeia, Livros Horizonte, 1988;
- A Posição de Portugal no Mundo-Os próximos 20 anos, Fundação Gulbenkian, 1988,
- Portugal na Conferência de Paz (Paris, 1919), Quetzal, 1992;
- Portugal em Transe, Volume 8º da História de Portugal dirigida por José Mattoso, Estampa, 1994;
- A Nova Era Europeia, Editorial Notícias, 1999;
- Cinco Regimes na Política Internacional, Ed. Presença 2006;
-É co-autor dos blogues Bichos-Carpinteiros e Córtex Frontal. Colaborador de jornais, rádio e televisão