Alberto de Sá Marques de Figueiredo - Governador Civil de Viseu de 21 de Março a 30 de Dezembro de 1914, durante os dois governos de Bernardino Machado
Durante os governos de Bernardino Machado, que se prolongaram de Fevereiro a Dezembro de 1914, fez-se uma larga amnistia para os presos políticos e houve uma tendência para a concórdia, nas relações entre o Estado e a Igreja. Como referia Guerra Junqueiro, sentiu-se a “bernardinização” da lei de separação da Igreja do Estado.
Bernardino Machado escolheu, para governadores civis, muitos dos seus antigos discípulos da Universidade. Para o distrito de Viseu nomeou meu pai, certamente pelos laços afectivos e por saber que era republicano católico e natural daquele distrito.
Foi durante esse período, que em 31 de Maio, no encerramento das “Grandiosas Festas de Viseu”, expressão que servia de título à reportagem, efectuada pelo jornal católico “Correio da Beira”, das festas religiosas e literárias promovidas pelo Circulo de Estudos, que se realizou a sessão do Circulo Católico, com a presidência constituída por três bispos, D. António Barroso, bispo do Porto, pouco tempo antes amnistiado, D. António Alves Ferreira, bispo de Viseu e o bispo de Sienne. Foi nessa sessão que o quintanista do curso de Direito da Universidade de Coimbra, António de Oliveira Salazar fez o célebre discurso, intitulado “A Democracia e a Igreja”.
Mais tarde, já em 1919, a propósito do processo de sindicância à Universidade de Coimbra, Salazar lembra essa sessão, no opúsculo editado com o título “A minha resposta”, referindo a presença do Governador Civil.
Em todos os escritos feitos pelos panegiristas de Salazar nunca vi referência a este folheto, nem a citações ai referidas. O que é, aliás, compreensível…
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